Curta antes do longa: Ontem à Noite

Imagem: Divulgação.

 

Nestas terça-feira (31) e quarta-feira (01), o curta metragem alagoano Ontem à Noite será exibido na sessão das 15h no Centro Cultural Arte Pajuçara, antes do longa Branco Sai, Preto Fica. Há alguns dias, conversamos com o diretor do curta, Henrique Oliveira, que comentou a relação entre instituições privadas locais e o espaço dado à produção audiovisual alagoana. Confira as observações do realizador:

“O único espaço privado para o escoamento das nossas produções continua a ser o Centro Cultural Arte Pajuçara e, infelizmente, creio que por muitos anos ainda continuará a ser o único. Lá é o local onde ocorre o lançamento de pelo menos 80% das produções locais e o único a se preocupar em fazer essas casadinhas entre curtas e longas.

Há um modo de se mediar melhor essa relação entre instituições privadas e o espaço dado por elas ao cinema alagoano, afinal, o espaço destinado à publicidade no início das sessões de cinema dos shoppings, por exemplo, é exorbitante. Já cheguei a assistir quase 30 minutos de propaganda e sempre me vem uma pergunta em mente: por que não equacionar melhor esse tempo? Todos nós ganharíamos com isso! Os espectadores, que com certeza iriam preferir assistir a um curta do que a 30 minutos de propaganda, os realizadores, que ganhariam uma grande janela de exibição para suas produções, e os próprios exibidores, que estreitariam suas relações com os realizadores locais, atrairiam um público maior para suas sessões e apenas reduziriam a sua grade de exibição de publicidade para 10 minutos, por exemplo, e continuariam a lucrar com isso.

Não há nada mais mágico do que a sensação de assistir a uma obra minha sendo projetada no cinema, afinal, apesar de estarmos em uma época de telas múltiplas e cada vez menores, é na sala escura do cinema que temos certeza de que o espectador terá acesso à melhor imagem e som. Lá, ele estará imerso, livre de distrações. As imagens, maiores do que ele, tomam uma dimensão mítica que só existe lá. Nada melhor para um realizador do que ver um espectador 100% imerso no seu filme”.

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