Joelma Ferreira Indica

Texto: Joelma Ferreira*.

O parâmetro para as escolhas foi filmes e clipes com protagonismo das mulheres na direção ou na narrativa abordada. Selecionei primeiro os clipes, depois os filmes e percebi que os filmes já conversavam entre si pelo conteúdo. Parteiras – Angelita – Barro do Muquém – Marinete – são ligados pelas mãos das mulheres que movimentam a vida, a sua e de tantos outros. Cada uma diante da sua trajetória, trouxe-me à memória um filme brasileiro visto recentemente; com roteiro escrito a partir da história de três mulheres nordestinas onde uma delas durante a gravação volta a frase que vem a ser o nome do filme A pessoa é para o que nasce (dir. Roberto Berliner, Leonardo Domingues) essa frase rege o que acredito e dialoga com os curtas indicados. Uma observação importante: No cenário cinematográfico alagoano, sinto falta de mais mulheres negras na frente e por trás das câmeras.

Já os clipes, além da questão feminina, optei por seguir o meu gosto musical eclético ao mesmo tempo me dando a oportunidade de conhecer um “novo trabalho” e apontando outros que já conheço, sentindo que merecem sempre ser difundidos.

FILMES

Parteiras – Arilene de Castro
Assisti Parteiras na Mostra Sururu em 2018, me apaixonei por esse filme e desde então sempre me encontro indicando para alguém. Tem beleza poética fincada na simplicidade – complexidade de mulheres sábias à vida.

Angelita – Jéssica Patrícia da Conceição, Mare Gomes
O filme me prende e termina me deixando com vontade de ver mais, de saber mais. Angelita como tantas outras mulheres retratadas nas telas alagoanas tem sabedoria preciosa.

Barro do Muquém – Alice Jardim
Um filme rápido em tempo cronológico. A molécula de toda uma vida enraizada no fazer arte. Aqui, arte e vida não se separam.

Marinete – Direção Coletiva – Ateliê Sesc de cinema
“O que a vida me ensinou foi isso: viver, trabalhar e aprender a viver mais para não andar pegando no alheio, nem fazendo coisas erradas, por que a pessoa que faz o errado, ele não vive bem.” Marinete.

VIDEOCLIPES

Ela – Arielly Oliveira
Sou fã do trabalho da Arielly Oliveira, indico esse clipe por ampliar o entendimento da luta feminina, mas na verdade, listaria aqui toda trajetória musical da artista.

Dissparada – Covil
A potência feminina nas vozes que por muito tempo estiveram silenciadas. Ocupar os espaços não é somente estar de corpo presente, mas com voz ativa.

Infinita – Renata Peixoto
Preto, branco, batom vermelho e voz doce, são signos componentes da imensidão infinita do ser mulher.

Ondas de amor – Lucy Muritiba e Fernanda Guimarães
Um mergulho íntimo universal na grandeza cíclica e trasbordante de ser mulher.

*Joelma Ferreira é dançarina profissional e ingressa à Companhia dos Pés há 11 anos. Arte educadora na SEDUC e mestranda em culturas populares pela UFS. Em 2018 compôs o elenco do longa-metragem alagoano CAVALO e no mesmo ano apresentou a 9ª Mostra Sururu de Cinema alagoano, bem como a 10ª Mostra no ano seguinte.

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