Festival Aqualtune transforma Serra da Barriga em sala de cinema afrofuturista

Texto: Assessoria Festival Aqualtune

Com espetáculos de projeção mapeada, mostra de realidade virtual e filmes de Cabo Verde, Angola, Cuba, Panamá, Brasil e Caribe, o Festival Aqualtune de Cinema e Afrofuturismo convida o público para uma experiência imersiva que vai acontecer entre os dias 11 e 20 de novembro.

Em Maceió, as atividades serão realizadas na Praça Multieventos e no Centro Cultural Arte Pajuçara. Em União dos Palmares, a programação vai transformar a Serra da Barriga numa sala de cinema afrofuturista.

O Festival Aqualtune tem realização do estúdio Núcleo Zero, com financiamento da Agência Nacional de Cinema por meio de edital lançado pela Fundação Municipal de Ação Cultural – FMAC, da prefeitura de Maceió. O evento conta com parceria da La Ursa Cinematográfica, do projeto Vamos Subir a Serra, do Mirante Cineclube e do Sebrae Alagoas.

PROGRAMAÇÃO

De 11 a 15 de novembro, a Mostra Aqualtune VR vai exibir 4 obras produzidas no Rio de Janeiro e em União dos Palmares. Realizada em parceria com o projeto Vamos Subir a Serra, a imersão também vai promover um passeio em 360º pela Serra da Barriga, mergulhando na história do mais importante quilombo da América Latina. As obras em realidade virtual serão apresentadas num estande montado na praça Multieventos, na Pajuçara.

Entre os dias 14 e 16 e também no dia 19, o festival leva curtas, médias e longas-metragens de realizadoras e realizadores negros para a tela do Centro Cultural Arte Pajuçara. A programação acontece em parceria com a Mostra Quilombo de Cinema Negro e Indígena, e além da exibição de filmes, conta com oficinas, masterclasses e debates com convidados especiais. Um dos destaques é a presença do cineasta angolano Fradique, que vem ao Brasil para apresentar seu premiado longa-metragem “Ar Condicionado”.

Já nos dias 17 e 18 de novembro a programação chega a União dos Palmares, onde o público vai acompanhar a primeira mostra de cinema realizada na Serra da Barriga, ícone da luta pela liberdade do Brasil e território da guerreira Aqualtune, que batiza o festival.

A Serra será palco para espetáculos de projeção mapeada, performance de dança e exibição de filmes. Escolhido para representar o Brasil na disputa por uma vaga no Oscar, o filme mineiro “Marte Um” abre a programação especial no local.

SOBRE O FESTIVAL

Evocando a imagem da guerreira Aqualtune, líder quilombola a frente do Quilombo dos Palmares, o Festival Aqualtune de Cinema e Afrofuturismo resgata o passado de resistência do território para provocar a mirada de um novo imaginário.

O festival propõe uma conexão com as raízes negras do Estado. Seu escopo promove uma conexão entre a capital alagoana e a Serra da Barriga, patrimônio histórico da América Latina, em União dos Palmares. As exibições de filmes e atividades formativas serão realizadas nesses dois pólos. Um verdadeiro mergulho no imaginário negro alagoano, promovendo uma experiência por meio da história local ao fazer do maior quilombo histórico uma sala de cinema.

As reflexões acompanham o festival com diversas oficinas, minicursos, masterclasses e a presença de pensadoras e pensadores de destaque do cinema negro brasileiro, reunídos para um momento de estudo e imersão nas trajetórias afrodiaspóricas a partir da perspectiva alagoana.

A programação vai trazer sessões especiais de cinema africano, ações formativas, apresentações artísticas e debates, fazendo uma grande celebração da negritude em Alagoas através do audiovisual.

SOBRE AQUALTUNE

Pela dificuldades de fontes sobre o período, ela é considerada uma personagem semi-lendária. Teria sido princesa do reino do Congo no século 17, Aqualtune liderou um exército de cerca de 10 mil pessoas, entre eles homens e mulheres, contra as investidas de forças portuguesas. Acabou derrotada e capturada por portugueses, a subjugando e vendendo para senhores de escravos brasileiros. Chegando no Brasil em Recife, logo após foi vendida para o engenho de Porto Calvo, atual município de Alagoas. No entanto, ao saber sobre a existência do maior centro de resistência negra do Brasil, o Quilombo dos Palmares, não demorou muito para Aqualtune colocar em prática sua força de liderança e comandar uma fuga junto de outros companheiros em direção a Palmares.

Sendo muito respeitada entre os seus devido a sua realeza e conhecimento estratégico e político, logo se tornou uma das líderes do quilombo, onde teve mocambo que recebeu seu nome e ajudou a construir o maior quilombo da história brasileira. Teve seus filhos Ganga Zumba e Ganga Zona, dois grandes guerreiros, e Sabina, que supostamente seria mãe de Zumbi dos Palmares.

Apesar de sua importância ancestral, Aqualtune é pouco lembrada pela história. O Festival Aqualtune de Cinema Negro e Afrofuturismo crava o nome dessa rainha afro-brasileira como parte da história do Brasil e de Alagoas e simboliza a luta contra o sistema escravocrata, onde sua liderença contribuiu para a emancipação de diversas mulheres negras.

Além do nome do festival, Aqualtune dará nome a um prêmio especial, o Prêmio Aqualtune de Representação Negra pelo filme que se destacar pela representação feminina negra de acordo com o júri oficial da mostra competitiva.

 

PROGRAMAÇÃO COMPLETA

MOSTRA AQUALTUNE VR
11 a 15 de novembro
Na Praça Multieventos
De 17h às 21h
Experiências imersivas em realidade virtual

MOSTRA AQUALTUNE DE CINEMA

SESSÃO 1
14/11, 19h, no Centro Cultural Arte Pajuçara

Calunga Maior
Ficção, dir. Thiago Costa, Brasil (Paraíba), 19′, 2022.

Kmêdeus
Documentário, dir. Nuno Miranda, Cabo Verde, 55′, 2020.
*Sessão com a presença do diretor Thiago Costa e da atriz Danny Barbosa.

SESSÃO 2
15/11, 19h, No Centro Cultural Arte Pajuçara

Ser feliz No Vão
Documentário, dir. Lucas H. Rossi dos Santos, Brasil (Rio de Janeiro), 12′, 2020.

A gente acaba aqui
Documentário, dir. Everlane Moraes, Brasil (Sergipe), 15′, 2021.

Busca
Documentário, dir. Rodrigo Sousa & Sousa, Panamá e Brasil (São Paulo), 8′, 2022.

Não vim no mundo para ser pedra
Documentário, dir. Fabio Rodrigues Filho, Brasil (Bahia e Minas Gerais), 25′, 2021.

Caixa Preta
Dir. Bernardo Oliveira e Saskia, Brasil (Rio de Janeiro e São Paulo), 51’, 2022.

SESSÃO 3
16/11, 19h, no Centro Cultural Arte Pajuçara

Ímã de Geladeira
Ficção, dir. Carolen Meneses e Sidjonathas Araújo, Brasil (Sergipe), 20′, 2022.

O homem novo (Omi Nobu)
Documentário, dir. Carlos Yuri Ceuninck, Cabo Verde, 15’, 2022.

Arando as Estrelas (dir. Wally Fall)
Experimental, dir. Fouyé Zétwal, Caribe, 14′, 2020.

Ar condicionado
Ficção, dir. Fradique, Angola, 72′, 2020.
* Sessão com a presença do diretor angolano Fradique

PROGRAMAÇÃO NA SERRA DA BARRIGA

17/11, 19h
Mostra de projeção mapeada
Filme: Marte Um
Ficção, dir. Gabriel Martins, Brasil (Minas Gerais), 114′, 2022.

18/11, 19h
Mostra de projeção mapeada
Performance Inundação, com Joelma Ferreira

Filme: Nove Águas
Ficção, dir. Gabriel Martins e Quilombo dos Marques, Brasil (Minas Gerais), 25′, 2019.

Filme: Come Deus (Kmêdeus)
Documentário, dir. Nuno Miranda, Cabo Verde, 52′, 2020.

MOSTRA AQUALTUNE DE CINEMA

19/11, 14h, no Centro Cultural Arte Pajuçara

Filme: Açaí
Ficção, dir. André Cantuária, Brasil (Amapá), 18′, 2019.

Caminhos Afrodiaspóricos pelo Recôncavo da Guanabara
Documentário, dir. Wagner Novais, Brasil, 20′, 2022.

Aurora
Docuficção, Dir. Everlane Moraes, Cuba, 15′, 2018.

Patuá
Experimental, dir. Renaya Dorea, Brasil (Minas Gerais e Rio de Janeiro), 3′, 2022.

Cá estamos nós
Documentário, dir. Marcelo de Campos e Rosiane dos Santos, Brasil (Alagoas), 5′, 2022.

Alma no Olho
Ficção, dir. Zózimo Bulbul, Brasil (Rio de Janeiro), 11′, 1973.

SERVIÇO

Festival Aqualtune de Cinema e Afrofuturismo
Quando: de 11 a 19 de novembro
Onde: Maceió (Praça Multieventos e Centro Cultural Arte Pajuçara) e União dos Palmares (Serra da Barriga)
Mais informações: www.festivalaqualtune.com.br

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