Texto: Paula C. Ferraz (Vitrine Filmes). Imagens: Divulgação.
“Sinfonia da Necrópole”, escrito e dirigido por Juliana Rojas e distribuído pela Vitrine Filmes, estreia amanhã (14) no circuito nacional. Em Maceió o filme entra em cartaz no Arte Pajuçara. O projeto é o primeiro longa-metragem solo da diretora de “Trabalhar Cansa” (co-dirigido por Marco Dutra). Em sua recente, porém robusta, filmografia, Juliana Rojas sempre trabalhou o terror, o suspense e o fantástico. Nesse novo filme ela não abre mão desses elementos, mas prioriza o gênero musical com toques de humor.
“Sinfonia da Necrópole” se passa na cidade de São Paulo, onde a rotina do aprendiz de coveiro Deodato muda quando uma nova funcionária chega ao cemitério. Juntos, eles devem fazer o recadastramento dos túmulos abandonados, mas estranhos eventos fazem o aprendiz questionar as implicações de mudar a estrutura do cemitério.
Toda essa trama se desenvolve a partir de números musicais. As letras das canções foram escritas pela própria Juliana Rojas, algumas em parceria com Ramiro Murillo, que também assina a produção musical, coreografia e arranjos das canções, e Marco Dutra, co-diretor de vários filmes realizados por Juliana e também responsável pelas composições.
O filme tem fotografia de Flora Dias, a direção de arte de Fernando Zuccolotto e o desenho de som de Daniel Turini e Fernando Henna (premiados no Festival de Paulínia 2011 por seu trabalho no longa-metragem “Trabalhar Cansa”). O elenco é composto por atores do teatro paulistano. Eduardo Gomes (Deodato), ator formado pela EAD – ECA/USP, atuou em montagens da Cia Livre de Teatro e Pessoal do Faroeste e Luciana Paes (Jaqueline), faz parte da Cia. Hiato e foi indicada para o prêmio Shell 2013, pelo monólogo “Ficção #3”. Dentre os coadjuvantes, estão atores que trabalharam com a Cia do Latão, Cia São Jorge de Variedades e o CPT de Antunes Filho.
SOBRE O FILME
Um sinônimo para “Cemitério” é a palavra “Necrópole”, que significa “Cidade dos Mortos”. É um local que carrega uma forte carga simbólica – embora faça parte da cidade, é uma área onde subentende-se que não está sob o nosso domínio, estamos lá como visitantes, para venerar aqueles que se foram. Estar lá nos transporta a reflexões existenciais mas também nos evidencia a brutalidade da matéria, a decomposição da carne.
Os cemitérios possuem, em medidas iguais, elementos assustadores e uma atmosfera pacífica. Por abrigarem sepulturas de diversas épocas, também permitem que se entenda muito sobre a história e a estrutura de classes de uma sociedade. O crescimento populacional torna necessária a expansão desses cemitérios e a presença de uma equipe de funcionários que dê conta do fluxo de óbitos e sepultamentos.
É do interesse pelas particularidades dessa vida prática da necrópole que nasceu a ideia desse filme. “Sinfonia da Necrópole” busca desenvolver uma crônica bem-humorada sobre essa cidade dentro da cidade. Revela o cotidiano de uma outra cidade (o cemitério) dentro da cidade (no caso, São Paulo), sem deixar de explorar o potencial de fantasia que o cemitério ocupa no imaginário do público.
A escolha de uma história de amor entre personagens pouco convencionais – um aprendiz de coveiro em crise de carreira e uma burocrata do serviço funerário – também surge como possibilidade de explorar as relações humanas dentro de um lugar sem vida.
O uso das canções entra como um elemento de distanciamento na história – cada canção serve para narrar um aspecto diferente desse microcosmos, nos revela os interesses e inquietações de um grupo diferente de personagens. A escolha pelo registro de filme musical também transporta o espectador para uma experiência lúdica – a partir do momento em que se aceita esse elemento anti-naturalista de narrativa, torna-se aceitável também o uso de elementos sobrenaturais.
As letras das músicas foram escritas pela própria diretora, algumas em parceria com Ramiro Murillo, que também assina a produção musical, coreografia e arranjos das canções e Marco Dutra, co-diretor de vários filmes realizados por Juliana e também responsável pelas composições.
Confira o Trailer:
ARTE PAJUÇARA – PROGRAMAÇÃO COMPLETA DE 14 A 20 DE ABRIL
ESTREIA: SINFONIA DA NECRÓPOLE
18h45 (sexta a quarta – de 16 a 20/04)
17h30 (somente quinta dia 14/04)
Classificação: 10 anos
PRE-ESTREIA: A JUVENTUDE
somente domingo, 16h30
A LUNETA DO TEMPO
14h50 (somente domingo – 17/04)
17h (sexta, sábado, terça e quarta – dias 15,16, 19 e 20/04)
17h50 (somente quinta – 14/04)
Classificação: 10 anos
MEU VERÃO NA PROVENÇA
20h25 (sexta a quarta – 15 a 20/04)
Classificação: 16 anos
ÓPERA NA TELA: RIGOLETTO, de VERDI
Quinta dia 14/04 – 19h30
Sábado dia 16/04 – 14h30
Ingressos : R$ 20 (inteira) e R$ 10 (meia)
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