Texto: Rivis. Revisão: Larissa Lisboa.
Nós desfeitos
O que cabe em um minuto? O saldo da guerra (2018), curta-metragem alagoano dirigido por Mário Zeymison, responde: cabe um filme inteiro. Estruturado em relatos fictícios de
Roteiro, direção e montagem se entrelaçam para contar uma história sobre desenlaces. Nas fotografias impressas nas mãos dos personagens, o recorte nostálg
O curta diverte, mas, em contrapartida, gera uma empatia pesarosa. A construção dos personagens captura-nos, mas também sabe deslocar nossa mente até as lembranças dos embates travados por nós próprios durante aquele fatídico período eleitoral. Somos espectadores e somos personagens.
Todos perdemos. Perdemos colegas da faculdade, uma grande amiga de infância, fregueses de longa data, quase todos os seguidores, um tio que mora no Acre, os padrinhos de casamento. Perdemos a paciência, o respeito, os direitos, parte das conquistas democráticas… e seguimos perdendo. Já o tempo breve em que passamos vendo O saldo da guerra, esse foi ganho.
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