A edição comemorativa dos 10 anos da Mostra teve início com a Mostra Sururu Itinerante que foi realizada em setembro dentro a IV Mostra Vilelense de Cinema Alagoano, em Teotônio Vilela. De setembro a dezembro a Itinerância circulou na capital: Vergel do Lago, Pontal da Barra, Serraria e Farol, e no interior: Arapiraca, Teotônio Vilela, Delmiro Gouveia, Marechal Deodoro, Penedo, União dos Palmares, Palmeira do Índios, São Miguel dos Campos, Santana do Ipanema e São Miguel dos Milagres. Somando um total de 1700 pessoas que tiveram acesso aos filmes alagoanos nas exibições.
Para a 10ª edição da Mostra Sururu de Cinema Alagoano foram registradas inscrições de 59 filmes provenientes de 12 cidades de Alagoas. Entre 10 e 15 de dezembro de 2019 no Centro Cultural Arte Pajuçara foram exibidos 29 filmes e nove videoclipes, e realizada uma série de atividades paralelas através do Ambiente de Mercado. Entre eles as mesas: O Movimento do Cinema Regional Brasileiro – Um Novo Mercado e O desafio de construir um grande circuito de difusão para o cinema independente. Foram realizadas também Master Class – Distribuição e exibição e Master Class – Formatação de projetos executivos para cinema, trabalhando com o case de Café com Canela. Em paralelo foi realizada a oficina Salto no Vazio Oficina de Des/Programação de Atores para Cinema com Flávio Rabelo na Casa Sede.
Na noite de encerramento houve uma apresentação dos membros da Associação Brasileira de Documentaristas e Curtametragistas de Alagoas (ABD&C/AL), para relembrar os encontros e articulações que possibilitaram a criação do evento em 2009. Também uma apresentação dos representantes do Fórum Setorial do Audiovisual Alagoano (FSAL), que lotaram o palco evidenciando a representatividade da entidade.
Os componentes do Mirante Cineclube prepararam e leram o texto para Marcos Sampaio (Marcão), coordenador do Arte Pajuçara, um dos homenageados dessa edição. Marcão apresentou a homenagem ao crítico de cinema Elinaldo Barros.
A Mostra Sururu de Cinema Alagoano – Edição de 10 Anos foi realizada pelo Fórum Setorial do Audiovisual Alagoano (FSAL) , com produção do Saudáveis Subversivos, patrocínio da Prefeitura de Maceió, da Algás (por meio do Prêmio Algás Social), e do Sebrae Alagoas. Contou com as parcerias do Centro Cultural Arte Pajuçara, do site Alagoar, do Mirante Cineclube, da Casa Sede e da Escola Técnica de Artes (ETA) da Ufal. Além do apoio cultural da Universidade Estadual de Alagoas (UNEAL).
SELECIONADOS
O Cortejo, 24min10seg, Documentário, Flávia Correia, Flávio Rabelo, Marianna Bernardes e Rafhael Barbosa, Maceió
VIDEOCLIPES:
Ei, Mulher!, 3min10seg, Janu, Arapiraca
Flores Amarelas, 3min35seg, LoreB, Maceió
Hides in the light, 4min40seg, Mayash, Maceió
Livre, 7min54seg, Os Comparsas, Maceió
Nas quebradas do boi, 3min55seg, Tequilla Bomb, Maceió
Naturalmente Cai, 04min, Rico Jorge, São Miguel dos Milagres
Plataforma, 2min27seg, Jorg, Maceió
Rumos e Rumores, 3min25seg, Vitor Pirralho e Ney Matogrosso, Maceió
Vida de Ninguém, 4min, Pure Hate, Maceió
CURADORIA
CHICO TORRES
Graduado e mestre em filosofia, crítico de cinema, compositor e músico alagoano. Está lotado como professor substituto do Instituto Federal de Alagoas, Campus Arapiraca. Possui mestrado em filosofia pela UFS, com a temática em Walter Benjamin, cinema e Filosofia da História. É um dos membros fundadores do Mirante Cineclube, grupo que atua no cenário alagoano há quase três anos. Como crítico de cinema, escreve para a revista eletrônica de cinema Multiplot!. Atua como compositor e músico desde 2008, participando de festivais, shows, eventos locais e nacionais.
ELIZABETH CALDAS
Professora e roteirista, trabalha, desde o ano de 2009, com audiovisual e educação na colaboração de pesquisa acadêmica e na formação de adolescentes e jovens. Integrou a equipe do Curso Técnico de Roteiro para Mídias do Nave Rio. Idealizou e dirigiu uma série de documentários com alunos da rede municipal do RJ para uma plataforma de educação e formação de professores. Participa como pesquisadora associada do Grupo de Pesquisa em Mídia-Educação da PUC-RJ e trabalha com oficina e consultoria relacionada a roteiro e realização audiovisual. Se mudou para Maceió em abril de 2019 e atualmente integra a equipe do Ateliê Ambrosina.
NADJA ROCHA
Professora. Mestre pelo Programa de Especialização em Patrimônio – PEP/IPHAN/UFRJ (2013), possui graduação em Ciências Sociais pela Universidade Federal de Alagoas (2006). Foi analista de cinema do Sesc AL e idealizadora do projeto ‘Ateliê Sesc de Cinema’. Integrou o Cineclube Tela Tudo – Clube de cinema. Tem experiência nas áreas de Sociologia, Antropologia, Gestão e Produção Cultural e Políticas Públicas para cultura, atuando principalmente nos seguintes temas: educação, sociedade, patrimônio, artes e produção cultural.
JÚRI OFICIAL
Daniela Fernandes (BA) – É graduada em Cinema e Audiovisual pela Universidade Federal do Recôncavo da Bahia – UFRB e bacharela em direito pela Universidade Católica do Salvador – UCSAL. Co-Fundadora do NordesteLab, Plataforma de Articulação Audiovisual que acontece anualmente em Salvador/BA. Atua em Produção Executiva desde 2010 e em Políticas Públicas desde 2013, no momento está como Diretora de Audiovisual da Fundação Cultural do Estado da Bahia, instituição vinculada à Secretaria de Cultura – Governo do Estado da Bahia.
Leticia Santinon (SP) – Socióloga de formação, atua na área de curadoria e programação de cinema. Foi programadora das salas de cinema do Centro Cultural São Paulo – CCSP entre 2010 e 2015, e atuou na análise de projetos da distribuidora Vitrine Filmes. Atualmente é gerente de difusão da Spcine, responsável pela gestão e programação do Circuito Spcine e Spcine Play.
Luciana Oliveira (SE) – É graduada em Audiovisual e Mestra em Cinema e Narrativas Sociais pela Universidade Federal de Sergipe pelo Ppgcine – Programa de Pós-Graduação Interdisciplinar em Cinema. Cineasta e co-idealizadora da Egbé – Mostra de Cinema Negro. Integra a equipe de produção do Sercine.
OLHAR CRÍTICO –Laboratório de Crítica
O Laboratório de Crítica Cinematográfica de 2019 foi realizado pelo Mirante Cineclube em parceria com a Mostra Sururu de Cinema Alagoano, com aulas nos dias 06, 07 e 09/12 na Escola Técnica de Artes, somado ao acompanhamento da 10ª edição da Mostra entre 10 e 14/12 no Centro Cultural Arte Pajuçara. As críticas produzidas pelo grupo estão reunidas e tageadas em Laboratório de Crítica Cinematográfica.
PREMIAÇÃO
Filme: Ilhas de Calor, de Ulisses Arthur
Direção: Direção coletiva de Ana Terra
Roteiro: Paulo Silver e Rafhael Barbosa, por Trincheira
Fotografia: Rita Moura, por Branco da Raiz
Som: Tambor ou Bola
Montagem: Glauber Xavier, por Nas Quebradas do Boi
Direção de Arte: Nina Magalhães, em Trincheira
Atuação: Victória Tenóryo, por Ilhas de Calor
Menção Honrosa: Ana Terra, por Ana Terra
Olhar Crítico: Colapsar, com direção coletiva
Júri Popular: Ana Terra, de Direção Coletiva
JUSTIFICATIVAS
Texto do Laboratório de Crítica Cinematográfica:
A escolha desse filme não foi um consenso. Ainda bem. A diversidade de concepções é o que amadurece e sustenta o olhar crítico. A obra é potente em seu discurso metalinguístico. Forma e conteúdo estão alinhados. Hoje, escolhemos pela arte e a possibilidade de questioná-la. Pela multiplicidade das ideias, corpos negados, vozes silenciadas. Pela necessidade de mudança, porque é preciso Colapsar!
ATUAÇÃO
O prêmio de melhor atriz considerou, para além de uma interpretação de excelente qualidade, a energia e empatia transmitida na tela, trazendo para o filme a vitalidade de uma cena alagoana pulsante e inventiva. Por esses motivos, o júri decide premiar Vyctoria Tenório como a melhor atriz da 10 Mostra Sururu.
DIREÇÃO
Uma personagem forte e irreverente. As nuances de uma cidade do interior de Alagoas em falas que marcaram uma vida. Mas esse texto não é sobre a personagem.
Cinema é equipe, é coletivo, é construção. a ideia da direção em cinema, historicamente focada na figura individual que pensa e executa o filme a partir da sua genialidade, vem sendo revista atualmente. felizmente. assistir tantos filmes com direções coletivas, demonstra que o cinema é vivo e que nenhum conceito é definitivo. felizmente. diante de direções coletivas executadas com qualidade, o júri decide premiar o filme Ana Terra como melhor direção da 10 mostra sururu.
FILME
Entrar no universo escolar é revisitar um período em que vivenciamos momentos de dores internas pela construção de nosso ser e pelas relações com os outros. No silêncio do olhar e na força poética da palavra, Fabrício nos diz o que queima dentro. O prêmio vai para Ilhas de Calor.