Texto: Ana Galganni*. Foto: Acervo Pessoal.
Seleção de produções audiovisuais feita pela cantora, compositora e instrumentista Ana Galganni*.
“Minha escolha se baseou em primeiro lugar nas coisas que a beleza de Maceió hipnotiza, distrai e emudece: as diferenças sociais e falhas estruturais de ordem política/pública; a exploração humana promovida pelo cultivo da cana-de-açúcar; as ruínas de construções que um dia foram belas e úteis e hoje são ‘elefantes brancos’ na cidade. Em seguida o foco vai para duas expressões da criação artística — artesanato e música — que digerem tudo isso e nos devolvem o que há de realmente belo e positivo: uma parte do material humano e cultural que povoa e enriquece o imaginário alagoano”— texto encaminhado por Ana junto com a lista dos filmes que apresentamos abaixo, acompanhados de trechos de suas sinopses.
Tabuleiro de Cana, Xadrez de Cativeiro – Apresenta “um cativeiro que destrói famílias, afugenta sonhos e leva para longe qualquer esperança de uma vida digna” — direção de Thalles Gomes.
Cidade Líquida – “Um documentário, de Laís Araújo, que trata da segregação socioespacial de Maceió através de memórias afetivas destes dois locais [Alagoinhas e Papódromo], hoje abandonados”.
Geração Z Rural – “Curta documentário sobre a Geração Z da zona rural, geração definida por não conhecer o mundo sem as facilidades da tecnologia”, de Mel Vasconcelos.
Edmilson – “O documentário, realizado sob direção coletiva dos alunos da 4ª edição do Ateliê SESC de Cinema, conta a história de Edmilson, artista de rua que se estabeleceu no Centro de Maceió e ficou conhecido como ‘Ceguinho do Centro’”.
Miss – Curta soba a direção de Alice Jardim e Lis Paim. “Em Alagoas, uma passeata de uma pessoa só atravessa uma mesa e o imaginário das pessoas.”
Filé e Singeleza – “O filé e a singeleza, rendas desenvolvidas em Marechal Deodoro, Alagoas, são registradas neste documentário” realizado por Alice Jardim.
Barro do Muquém – “Pelo trabalho de tantas mãos o barro se transmuta em tantas outras coisas. No povoado do Muquém, em União dos Palmares, um exercício etnográfico sobre o trabalho de Aparecida, Dona Irinéia, Seu Antonio e Dona Marinalva, realizado por Alice Jardim.”
Bobos de Tatuamunha – “Apresenta a construção do artista popular Gilberto da Silva, um dos poucos conhecedores da técnica de confecção das máscaras artesanais. Tatuamunha, em Porto de Pedras, com direção de Celso Brandão.”
*Ana Galganni é paulista e paulistana. Cantora, compositora e instrumentista, lançou seu primeiro CD em 2004 à frente da banda Expresso Monofônico pelo selo paulistano Baratos Afins. Em 2009 criou o Divina Supernova junto com Júnior Bocão, seu parceiro na música e na vida. Juntos lançaram “Pulsares” (2014), e acabam de trazer ao mundo “Torus”, o segundo CD. Ana também está à frente do projeto “Piafiana”, um show especial que conta um pouco da vida e da trajetória musical da cantora francesa Edith Piaf.
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