Texto: Emanuella Lima. Revisão: Larissa Lisboa. Imagens: Circuito Penedo de Cinema - Hygor Peixoto e divulgação.
Sem querer tecer spoilers, o filme do revolucionário político brasileiro Carlos Marighella é um daqueles enredos que precisa ser visto, revisto e alcançado pelo maior número de pessoas possíveis.
Na noite que foi reproduzido na Sala de Exibições do Circuito Penedo de Cinema foi a primeira vez que vi o local completamente lotado com pessoas de diferentes idades e gêneros querendo conhecer um pouco mais sobre a história do comunista brasileiro que lutou pela democracia em meio a ditadura militar.
Antes da exibição do filme, a neta de Marighella, Maria Marighella esteve presente no palco do circuito para falar sobre a relevância histórica de seu avô e a importância da obra. Vale lembrar, que a ficção dirigida por Wagner Moura esteve censurada no Brasil nos dois últimos anos, devido ao seu conteúdo “ameaçador” para a estrutura política atual do país.
Na trama, fica exposta vários impasses sociais e políticos existentes na época da ditadura militar no Brasil – estupro, tortura, violência, assassinato, censura-corrupção-, além da demonstração subversiva de poder e autoritarismo impostas pelo governo militar.
Maria Marighella compartilha com o público a necessidade de ter um filme como este circulando pelo país, principalmente em dias de repressões vividos em pleno século XXI. “A gente vive no processo onde somos programados a viver o entorpecimento diário dessas dores e dessas mazelas. Então está com Marighella como símbolo da convergência de lutas que tem reflexo em um conjunto de homens e mulheres que voltaram ao Brasil. É olhar uma ferida aberta brasileira, então é como eu falo, o filme ele tem que se afirmar no contexto de embate antes do governo Bolsonaro.” afirma.
Por fim, Maria questiona a censura política do filme, “É muito difícil, no Brasil de 2021, fazer o encontro de Marighella com os banqueiros, que são os mesmos que patrocinam os filmes. Que país é esse onde a política não orienta o banco, mas é o banco que orienta a política?”, crítica. “Marighella precisa ecoar”, conclui.
As mostras serão tanto no formato online quanto no presencial. A programação completa do Circuito poderá ser vista no site circuitopenedodecinema.com.br Os textos sobre a cobertura do Circuito Penedo de Cinema estarão disponíveis aqui.
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