Crítica: A Hora do banho (dir. Cenobitch Monroe)

Texto: Rosana Dias.

O filme A hora do banho, com direção e atuação de Cenobitch Monroe

Uma hora que deveria ser tão ordinária e para algumas pessoas a hora mais relaxante do dia, e de ter contato mais íntimo com sua corpa (corpo), se torna uma hora de tormento. Que corpa é esta em uma sociedade binária? em uma sociedade que questiona o que sai dos seus padrões impostos, do que foge às regras mortas, mas que insistem em levantar seus esqueletos da imposição, que estão sempre com os dedos em riste para as pessoas que levantam suas cabeças para se afirmarem, para serem vistas como são e como querem ser, mas esse levantar de cabeça e de corpas é um processo contínuo e por infinitas vezes doloroso.

A sociedade machista, misógina, homofóbica, lesbofóbica, gordofóbica, mediada por seus padrões binários, essa que está a empurrar goela abaixo, como comprimidos desnecessários em pessoas sadias, que empurra reto adentro seus preconceitos com ares de supositório.

O filme, composto de uma potente criatividade artística, imagens e sons que nos segura profundamente naquele pequeno espaço de gravação no seu curto tempo de menos de cinco minutos, A Hora do banho é sobre existências múltiplas, possíveis em uma coletividade, porque ali o binarismo já não é possível.

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