Texto: Cristiana da Costa Maia. Revisão: Larissa Lisboa.
“FAZ O QUÊ DA VIDA? EU VIVO.”
Um filme que não fala, grita. Sim, ele grita ao espectador verdades em preto e branco. A fotografia belíssima contrasta com uma realidade desbotada, que por muitas vezes insistimos em fazer parecer um arco-íris.
Na noite tudo parece ser possível, todos parecem interessantes e os abismos sociais são semelhantes a portas abertas. Em um desses impossíveis encontros vamos desvendando as diversas camadas de Alano. É como se nós espectadores estivéssemos sentados naquela mesa e fôssemos sendo surpreendidos a cada situação.
Um curta (ficção) que bem poderia ser um documentário por retratar coisas tão presentes em cada um de nós. A solidão, a procura por algo que nem sabemos ao certo o que é, o desejo de ser amado X desejado ,os paradoxos que nos cercam nessa procura.
o que você faz da vida? Eu vivo. E o que seria viver? Uma fuga pra Hollywood? Para o entorpecimento? Pro próximo hotel?
O problema do filme é que ele levanta essas questões, mas não as desenvolve. Ele simplesmente as pontua e se cala. Com isso perde o brilho a força e deixa a lacuna que termina preenchida por clichês moralistas e um final mais cinza que o belo preto e branco do início.
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