Crítica: Cadim (dir. Luiza Pugliesi Villaça)

Texto: Katia Barros. Revisão: Larissa Lisboa.

Cadim, de Luiza Pugliesi Villaça, conta uma história muito conhecida por nós brasileiros, principalmente pelos os sertanejos nordestinos. Uma velha história contada de forma diferente, onde a dramaticidade da temática adota um aspecto mais leve e interativa, representada numa animação com desenhos de traços e cores nada clichês.

O curta se desenvolve sobre um formato de arco dramático o qual vai explorar a jornada de um retirante e seu bicho de estimação, um pássaro, que estão fugindo da seca em busca de um lugar onde possam se assentar e criar raízes. Em algum ponto isto até acontece, ainda que em terras alheias, mas não tarda muito e esse andarilho se vê obrigado a voltar para a estrada e seguir caminhando.

Nessa trajetória apresentada de forma retilínea, Pugliesi cria cenários interessantes de um sertão que se modifica ao passo que o personagem se desloca por um caminho cheio de incertezas. A mudança das paisagens representadas pela alteração de cores e formas, ajudam ao espectador ter uma noção melhor do tempo transcorrido na história. Na ausência de diálogos, a trilha sonora guia o desenrolar da trama entregando diferentes sensações ao público, que talvez lembrando um pouco da obra de Graciliano Ramos, pode assistir ao ferimento do pássaro como a mesma angustia quem viu o desfecho da cachorra Baleia.

Do começo ao fim, o curta nos desperta o interesse em saber o que estar por vir na peleja do retirante através de planos bem executados e coerentes com a ideia central do filme, que conta ainda com uma fotografia e montagem bem elaboradas contribuindo para memorização desse curta metragem.

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