Texto: Jardson Ferreira
Sobre amizade, solidão e despedidas
A história de um homem gay prestes a se aposentar e que, aparentemente, possui um grupo de amizade restrito a dois funcionários jovens de um clube, uma mulher e um homem também gay, são o fio narrativo que conduz o curta Phoenix Club.
A jornada de Valeriano é conduzida sobre a perspectiva dessa amizade formada pelo trio, repleta de momentos divertidos quando estão juntos e momentos de reflexão, quando ele está sozinho em seu apartamento. Somos convidados a acompanhar suas decisões sobre quais caminhos ele pretende tomar agora que a aposentadoria chegou.
Ambientado quase que em sua totalidade no cenário que remete a um clube decadente, que já teve seus anos de glória e agora tem seu lugar na memória de Valeriano, o curta de Gabriela Araújo, utiliza desse espaço para narrar os dilemas do protagonista. Sem cair no sentimentalismo comum que um tema como este poderia apresentar, presenciamos uma relação de amizade leve e contagiante entre Valeriano e a dupla de funcionários, através de cenas construídas com sensibilidade e por uma câmera intimista que captura cada passo executado pelo trio em cena quando estão juntos.
Destaque para a atuação convincente de Almir Guilhermino, que entrega um Valeriano genuíno e cheio de emoções, e constrói um personagem forte, dosando na medida certa a alegria e as incertezas de um futuro que o aguarda.
Através desse olhar confidencial, Phoenix Club nos presenteia com um breve mergulho na vida de Valeriano e nos deixa a sensação de querer saber mais sobre esse boêmio, o seu passado, o surgimento dessa amizade e o que ele espera encontrar, agora que decide viver em outra cidade longe dos amigos e deixando no ar uma promessa de reencontros possíveis.
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