Texto: Assessoria La Ursa Cinematográfica
Hoje, Lygia Fagundes Telles tornou-se imorrível. Deixou-nos em sua presença corpórea para permanecer conosco através de sua obra, sempre envolta no halo da inapreensibilidade, da ambiguidade, do mistério — afinal, ela costumava dizer que “o ser humano é inalcançável, inacessível e incontrolável”.
Como agradecimento por sua literatura e como homenagem, deixaremos online por 48 horas o curta-metragem A Barca (acesse aqui), baseado em seu conto “Natal na barca”. Nas imagens, a mítica barca que navega na noite escura, sua condutora e seus passageiros (uma mulher solitária, uma mãe que carrega um filho doente, um homem alheio a tudo que lhe cerca), a carranca…
A condutora lembra-nos a própria Lygia, que nos olha como se soubesse de tudo que concerne à nossa natureza — uma sibila que, compadecida, parece nos dizer que, apesar de tudo, amanhece.
A Barca participou de mais de 100 festivais em 23 países e recebeu 34 prêmios. Após a linda carreira do curta, a obra da escritora será adaptada para o cinema no longa-metragem Edifício Lygia, novamente com roteiro e direção de Nilton Resende e produção da La Ursa Cinematográfica. O filme, em que se fundem personagens de diversos textos de Lygia, tem previsão de ser rodado em 2023.
Edifício Lygia passa-se num dia de carnaval e narra a história de três mulheres, Adriana, Alice e Tatisa, que moram num mesmo prédio, estão insatisfeitas com suas condições e farão o que estiver a seu alcance para se libertarem do que as oprime.
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