V Festival de Cinema Universitário de Alagoas (2015)

A quinta edição do Festival de Cinema Universitário de Alagoas foi realizada entre os dias 3 e 7 de novembro de 2015. O evento teve como  homenageado o alagoano Jofre Soares (1918-1996), ator conhecido por sua atuação no cinema e no teatro brasileiro. Jofre atuou em mais de 100 filmes, entre curtas e longas-metragens, com destaque para Vidas Secas (1963), Tenda dos Milagres (1969) e Memórias do Cárcere (1983), de Nelson Pereira dos Santos; Terra em Transe (1967), de Glauber Rocha; Chuvas de Verão (1977) e Bye Bye Brasil (1979), de Cacá Diégues; Gabriela – Cravo e Canela (1983), de Bruno Barreto e Morte e Vida Severina (1977), de Zelito Viana.

No festival, foi realizado o V Encontro Alagoano de Cinema,  além de palestras, debates, bate-papos, mostras paralelas, oficinas e exibições de filmes nacionais de curta e longa metragem, no Teatro Sete de Setembro e na Praça 12 de abril (Orla do Velho Chico).

Jofre Soares e o Cinema Nacional

A quinta edição do Festival de Cinema faz uma homenagem póstuma a Jofre Soares (1918-1996), artista consagrado no cinema nacional, com participação em mais de 100 filmes curtas e longas e em dezenas de novelas e minisséries de TV. Iniciou sua carreira em Palmeira dos Índios (AL), realizando esquetes como palhaço de circo e ator amador. Motivado pelo desejo de mostrar seu trabalho além das fronteiras do lugar em que nasceu, ele produziu sozinho o monólogo As mãos de Eurídice, escrita por Pedro Bloch. A peça estreou em Palmeira e foi apresentada em Maceió, onde passaria a viver anos depois.

Mas o momento decisivo de sua carreira se deu ao conhecer o cineasta Nelson Pereira dos Santos durante as filmagens de Vidas Secas, nos anos 60, em Palmeira dos Índios. Jofre foi ator no filme e colaborou intensamente na sua produção, ganhando a confiança do diretor. Ao final dos quatro meses de gravação, recebeu dele o convite de ir trabalhar no Rio de Janeiro, estreitando assim os laços de amizade entre os dois.

Entre as mais de 100 produções em que atuou, destacam-se: Vidas Secas (1963), Tenda dos milagres (1969) e Memórias do cárcere (1983), de Nelson Pereira dos Santos; Terra em transe (1967), de Glauber Rocha; Chuvas de verão (1977) e Bye Bye Brasil (1979), de Cacá Diégues; Gabriela – cravo e canela (1983), de Bruno Barreto; Morte e vida Severina (1977), de Zelito Viana; Coronel Delmiro Gouveia (1978), de Geraldo Sarno; Mr. Abrakadabra (1996), de José Araripe Júnior, no qual protagonizou um mágico de circo; e Baile perfumado (1996), de Lírio Ferreira e Paulo Caldas. Na TV, consagrou-se com os personagens Zé Divino, da minissérie Riacho Doce (1990), e Padre Santo, da telenovela Renascer (1993).

 


FILMES SELECIONADOS PARA A MOSTRA COMPETITIVA

 

Ensaio sobre minha mãe (RJ, Dir.: Jocimar Dias Jr);
Look (SP, Dir.: Rafael Bizzarro);
Simulacro (RJ, Dir.: Miguel Moura);
Muro (SP, Dir.: Eliane Scardovelli);
A última guerra em Canudos: a barganha (SP, Dir.: Rafael Ghiraldelli);
Fogarel (GO, Dir.: Filipe Coelho);
Sopro, uivo e assobio (RJ, Dir.: Bernard Lessa);
Cidade líquida (AL, Dir.: Laís Araújo);
Santa Rosa (PB, Dir.: João Paulo Palitot);
Atirou para matar (AL, Dir.: Nuno Balducci);
Memórias do Cine Argus (PA, Dir.: Edivaldo Moura);
Matinê (SP, Dir.: Adriana de Almeida Gomes, Márcio Siecola, Rafael Yamamoto, Eduardo Chauvet, Iberê Perissé e Abel Freitas);
Dialetos (AL, Dir.: Weber Salles Bagetti);
Teresa (BA, Dir.: Lilih Curi);
3 Mercados (AL, Dir.: Carlos Augusto e Janderson Felipe);
Do que é sensível (RJ, Dir.: Ana Zahner);
Outono Celeste (RS, Dir.: Iuri Minfroy);
Quem tem juízo, resiste e luta (AL, Dir.: Marcos Mesquita);
A Bordo (SP, Dir.: Davi Mello);
A pequena bailarina de 14 anos (RJ, Dir.: Lucas Fratini);
Oniro (SP, Dir.: Ariel Quintela e Mateus Mattara);
Bumba-bumba (SP, Dir.: Mirrah Iañez);
Ev’ry time we say goodbye (PR, Dir.: Renato Ogata);
Raposa (RS, Dir.: Humberto Schumacher).


COMISSÃO DE SELEÇÃO

Guilherme Sarmento (Universidade Federal do Recôncavo da Bahia)

Ramon Coutinho (Coletivo Urgente de Audiovisual)

Carollini de Assis (Associação Baiana de Cinema e Vídeo)


JÚRI

Cláudio Manoel Duarte é jornalista e mestre em Comunicação e Cultura Contemporânea (UFBA). Foi professor do Curso de Cinema e Audiovisual e hoje trabalha no Centro de Cultura, Linguagens e Tecnologias Aplicadas (Cecult) da Universidade Federal do Recôncavo da Bahia (UFRB). É líder do Grupo de Estudos e Práticas Laboratoriais em Plataformas e Softwares Livres e Multimeios – LinkLivre (CNPQ/UFRB), pesquisador no Núcleo de Pesquisa em Experiência, Comunicação e Audioculturas (ECA – UFRB) e fundador e produtor cultural do Pragatecno (coletivo de DJs).

Ninho Moraes é jornalista, mestre em Audiovisual pela USP, diretor de TV e cinema e criador de vários programas televisivos. Dirigiu o programa Provocações, na TV Cultura, realizou o curta-metragem Ondas, Branco & Preto e o documentário Futuro do pretérito: tropicalismo now!, em parceria com Francisco César Filho. Este último recebeu o prêmio Kikito de melhor trilha sonora do Festival de Gramado. Roteirizou e dirigiu, com Dainara Toffoli, o documentário Brasil da Virada (Itaú Cultural). Em 2010, escreveu o livro Radiografia de um Filme: São Paulo Sociedade Anônima. Ao lado de Lili Bandeira, dirigiu o documentário 100% Jardim Ângela.Atualmente, é professor de Produção de TV e Planejamento para rádio e TV na Faculdade Cásper Líbero (SP/RTV).

Cida Almeida é atriz e, nos anos 80 e 90, fundou e integrou a Cia São Paulo-Brasil de Teatro. Ministra cursos, dirige espetáculos e mantém um núcleo de estudos e pesquisa da arte cômica. O CLÃ- Estúdio vem sendo, há mais de uma década, seu espaço de criação, investigação e produção. Possui trabalhos em teatro, televisão e cinema. Participou dos longas Vera, dirigido por Sérgio Toledo, Chamada a cobrar, de Anna Muylaert, e dos curtas Extingue, de Eduardo Caron, O Pacote, de Rafael Aidar e O Enterro de anão, de Peu Lima.

 


PREMIAÇÃO

Júri Popular
Melhor Filme: Ensaio sobre minha mãe (RJ), de Jocimar Dias Jr.
Menção honrosa: Dialetos (AL), de Weber Salles Bagetti

Júri Oficial
Prêmio Velho Chico: Cidade Líquida (AL), de Laís Araújo
Melhor animação: Dialetos (AL), de Weber Salles Bagetti

Melhor ficção: Look (SP), de Rafael Bizzarro

Melhor documentário: Do que é sensível (RJ), de Ana Zahner
Menção honrosa: Muro (SP), de Eliane Scardovelli