A IX Mostra Sururu de Cinema Alagoano teve início em outubro a partir da realização da Mostra Sururu Itinerante com exibições de um conjunto de curtas participantes de edições anteriores da mostra, em Marechal Deodoro, Arapiraca, Penedo e Maceió. O Laboratório de Crítica Cinematográfica foi realizado em parceria com o Sesc Alagoas em novembro sob orientação de Camila Vieira. Em dezembro a programação da Mostra foi aberta com a exibição dos filmes de Nara Normande (lançamento de seu curta mais recente Guaxuma). Nos dias 10, 11 e 12 de dezembro foram realizados os “Diálogos”: Intérpretes e realizadores – A experiência da cena audiovisual alagoana, Planejamento Estratégico do Audiovisual Alagoano 2019-2021 e Cinemas Alagoanos em Pesquisas.
A Mostra Competitiva foi realizada entre 13 e 16 de dezembro apenas na sala de cinema do Centro Cultural Arte Pajuçara. Durante as tardes foram realizadas duas sessões da Mostras Outras Percepções (não competitiva) e o “Diálogos” A Mulher no Audiovisual com as componentes do júri. Celso Brandão foi o homenageado dessa edição, através da Sessão Relicário Mágico da Terra composta por cinco filmes em super-8 dirigidos por ele.
SELECIONADOS
Mostra Competitiva
A Porta, de Robson Cavalcante e Claudemir Silva, Ficção, 18min
A Última Carta, de Eduarda Marques e Sérgio Onofre, Ficção, 20 min
Besta Fera, de Wagno Godez, Ficção, 25min
Bravo, de Alfredo M. Pontes, Documentário, 13min50seg
Chau do Pife, de Celso Brandão, Documentário, 19min13seg
Coração sem freio, de Cris da Silva e Hallana Lamenha, Ficção, 08min22seg
Entre a rua e o palco, de Dayvson de Oliveira, José Esmerino, Maykson Douglas e Thalis Firmino, Documentário, 19m58seg
Estigma, de Gabriela Araújo dos Santos, Documentário, 14min48seg
Leve a’mar, de Kátia Rúbia, Ficção, 12min 41seg
No outro dia, de Ester Lima e Vanessa Geovana, Ficção, 07min08seg
Parteiras, de Arilene de Castro, Documentário, 24min
Retaliação, de João Herberth, Ficção, 10min05seg
Saneamento trágico, de Zazo, Documentário, 25min
Tipoia, de Paulo Silver, Experimental, 16 minutos
Um Fato, Várias Lentes: 17 de Julho, de Bruno Fernandes e Camila Costa, Documentário, 24min26seg
Mostra Especial Outras Percepções
A Feijoada da Vovó Maria Conga, de Rafhael Barbosa e Werner Salles Bagetti, Documentário, 30min
Admirável Mundo Destro, de Luiza Leal, Documentário, 25min
Anima, de Claudemir Silva e Robson Cavalcante, Ficção, 13min50seg
Efêmero, de Fabrício Augusto Lima, Outro, 2min12seg
O espectador, de Raphael Lessa, Ficção, 12min39s
Operação Harpa, de Daniel Milano & Michael dos Santos Leite, Ficção, 30 min
Serrote, de Direção Coletiva, Documentário, 19min35seg
CURADORIA
Lucas Litrento, Roseane Virgino Monteiro e Ulisses Arthur.
JÚRI OFICIAL
Sara Rocha (DF) – Natural de Salvador (BA), Sara Rocha é Coordenadora de Audiovisual da Secretaria de Estado de Cultura do Distrito Federal, além Diretora Executiva das 50ª e 51ª edições Festival de Brasília do Cinema Brasileiro, implementando o Ambiente de Mercado. Foi Chefe de Gabinete e Diretora de Políticas Audiovisuais da Secretaria do Audiovisual do Ministério da Cultura. Atuou também como Gerente de Projetos e Programas Especiais da EBC/TV Brasil. Fez também a Direção Geral do 47° Festival de Brasília. Como Diretora-executiva da Associação dos Amigos do Tempo Glauber e sócia-diretora da Paloma Cinematográfica, coordenou o projeto Coleção Glauber Rocha, de restauração de 6 longas-metragens e 2 curtas-metragens do diretor, com produção de 5 documentários sobre os filmes restaurados; e o Tempo Glauber Revitalizando a Cultura, com a restauração da Produção Intelectual do artista, cujo acervo foi difundido em grande escala internacional, adquirido pela União Federal e transferido em 2011 para a Cinemateca Brasileira, em São Paulo, para salvaguarda dos originais e acesso público. Fez a direção geral do Projeto Irradiar, de formação audiovisual, em 4 estados (RJ, MG, BA e PB) e do Projeto Irradiar Rio, ambos com curadoria de Orlando Senna. Foi Diretora-Geral do 47° Festival de Brasília do Cinema Brasileiro e Produtora Executiva de obras audiovisuais.
Camila Moraes (BA) – Jornalista, diretora do documentário “O Caso do Homem Errado”, que aborda a questão do genocídio da juventude negra no Brasil. Se tornou a segunda mulher negra a entrar em circuito comercial com um longa-metragem após 34 anos de silenciamento. A primeira mulher negra foi Adélia Sampaio, em 1984, com o longa-metragem de ficção “Amor Maldito”. Em agosto de 2018, o documentário entrou na lista dos 22 filmes possíveis para representar o Brasil na categoria de filme estrangeiro na disputa pelo Oscar de 2019. Camila de Moraes também dirigiu o curta-metragem “A Escrita do Seu Corpo”, que trata sobre a questão de identidade racial e de gênero por meio da poesia. Produziu e co-roterizou o documentário “Mãe de Gay” vencedor de dois Galgos de Ouro no Festival Universitário de Gramado. Fez produção do curta-metragem de ficção “Marcelina – com os olhos que a terra há de comer”, de Alison Almeida, e assistência de produção do documentário “Poesia Azeviche”, de Ailton Pinheiro.
Maria Abdalla (GO) – Bacharel em Serviço Social pela Universidade de Ribeirão Preto (Unaerp), produtora cultural e diretora do Icumam Cultural e Instituto. Foi assistente de produção do longa-metragem Uma Vida em Segredo (2000), da diretora Suzana Amaral, em Pirenópolis-GO, diretora de produção do documentário O Caso Matteucci (2002), de João Batista de Andrade. Com experiência em curadoria, júri e produção de filmes e eventos cinematográficos desde 1998, é idealizadora e diretora geral da Goiânia Mostra Curtas, sendo sua principal curadora; idealizadora e coordenadora geral do Circuito Cinema Popular, projeto de exibição itinerante de filmes nacionais no interior de Goiás, Tocantins e Mato Grosso; do Curso de Formação Profissional para Cinema; e das 5 edições do Icumam Lab – Laboratório de Fomento à Produção Audiovisual no Centro-Oeste, cuja primeira edição foi realizada em 2013 dentro da programação da 13ª Goiânia Mostra Curtas e hoje acontece na Pousada Monjolo em Nerópolis – GO, de forma imersiva durante uma semana. Coordenadora, em Goiás, da 4ª a 11ª Mostra Cinema e Direitos Humanos (2009 a 2017), realizada pelo Ministério dos Direitos Humanos do Governo Federal. Em 2018, realizou o 5º Icumam Lab, o 11º Circuito Cinema Popular, com exibição itinerante do filme As Duas Irenes de Fábio Meira. Diretora de Produção da 18ª Goiânia Mostra Curtas e da Feira Audiovisual, evento de mercado realizado em Goiânia em 2018. Coordena a produção da 12ª Mostra Cinema e Direitos Humanos no estado de Goiás.
OLHAR CRÍTICO –Laboratório de Crítica
O grupo foi composto por alunos dos laboratório de 2016, 2017 e 2018 para elaboração de textos sobre os filmes da mostra e composição do júri do prêmio Olhar Crítico. As críticas produzidas pelo grupo estão reunidas e tageadas em Laboratório de Crítica Cinematográfica
PREMIAÇÃO
MELHOR FILME PELO JÚRI POPULAR: Parteiras, de Arilene de Castro
MELHOR FILME – OLHAR CRÍTICO: Tipóia, de Paulo Silver
(Prêmio oferecido pelo Laboratório de Crítica Cinematográfica)
Por conseguir retratar a impotência e angústia política e social desta geração através de uma forte e potente metáfora, com recursos cinematográficos simples e inventivos, subvertendo gêneros do cinema, tomando decisões assertivas na montagem e consolidando uma linguagem fílmica própria.
PRÊMIOS DO JÚRI OFICIAL
A safra de curtas-metragens observada na 9a edição da mostra sururu de cinema alagoano aponta a diversidade temática contemporânea, revelando o potencial cinematográfico local. percebe-se um setor vigoroso, que precisa de incrementos nas políticas públicas de audiovisual para sua estruturação, que aposte na formação e qualificação técnica e no desenvolvimento artístico de realizadoras e realizadores, ampliando a sinergia com cinema nacional a partir da identidade regional.
MENÇÃO HONROSA: Coração sem Freio, de Cris da Silva e Hallana Lamenha
Para estimular a nova geração de jovens cineastas de alagoas, a menção honrosa vai para um filme que reúne potencial criativo e técnico.
PRÊMIO ESPECIAL DO JÚRI: Entre a Rua e o Palco, de Davyson de Oliveira, José Esmerino, Maykson Douglas e Thalis Firmino
Por retratar uma realidade marginalizada a partir de uma perspectiva que indica união e visibilidade, apontando o engajamento e o protagonismo de mulheres que lutam com dignidade.
MELHOR CONTRIBUIÇÃO ARTÍSTICA: Retaliação, de João Herberth.
Pela estrutura concisa e marcada por reviravoltas, investigando a linguagem em benefício da trama.
MELHOR CONTRIBUIÇÃO TÉCNICA: Parteiras, de Arilene de Castro
Pela abordagem delicada e tecnicamente madura com que resgata uma tradição popular constitutiva da identidade brasileira, a partir da pesquisa, da fotografia e da montagem, a diretora mergulha de forma sensível pela riqueza simbólica contida na simplicidade das raízes culturais de alagoas.
MELHOR PERFORMANCE: Ao elenco de Besta Fera, de Wagno Godez
Pelo acabamento técnico, a condução da narrativa e do arco dramático das personagens.
MELHOR FILME: Chau do Pife, de Celso Brandão.
Por sua contribuição histórica, apresentando a possibilidade de reconstrução de novos caminhos sem esquecer as raízes e conduzindo o espectador num passeio sonoro que transita entre o popular e o erudito.