A 27ª edição do Festival Internacional de Animação do Brasil – Anima Mundi 2019 (www.animamundi.com.br) será realizado no Rio de Janeiro de 17 a 21 de julho e em São Paulo de 24 a 28 de julho, composta por 300 filmes de mais de 40 países entre elas mais de 80 produções ou coproduções do Brasil.
Entre as três centenas de filmes que compõe a programação do Anima Mundi está a primeira animação alagoana selecionada pelo Festival, O Poeta do Barro Vermelho, com direção e roteiro de Matheus Nobre, ilustração e animação de Daniel Aubert, direção de arte e produção executiva de Nivaldo Vasconcelos.
O filme nos leva através dos versos de Toinho Pescador que nos conta um pouco da sua história e de sua cidade (Penedo-AL). É um dos 17 curta metragens incentivados através do IV Prêmio de Incentivo à Produção Audiovisual em Alagoas (em parceria com a linha de Arranjos Regionais do FSA), promovido pela Secretaria de Cultura do Estado de Alagoas – SECULT em 2016. O Poeta do Barro Vermelho foi exibido na programação do 2° Festival Mimoso de Cinema (BA), 12º Curta Taquary e Curta na Serra, ambos em Pernambuco.
O filme de Matheus estará na mostra Olho Neles! junto a 23 curtas, outros 92 filmes serão exibidos nas mostras não-competitivas, entre as categorias panorama internacional, animação em curso e futuro animador. Os demais 186 filmes participam das mostras competitivas divididos nas categorias curtas, curtas-metragens documentário, curtas infantis, galeria, portfólio, longa-metragem, longa-metragem infantil e realidade virtual. Além da mostra de cinema, o Festival traz oficinas, palestras e o Papo Animado.
A Mostra Olho Neles! é composta por duas sessões cada uma com 12 filmes, apresentados no livreto do Festival como “animações que merecem atenção por contribuir para a diversidade de propostas e técnicas da atual animação brasileira”. O Poeta do Barro Vermelho será exibido nas sessões Olho Neles! 2 nos dias 19/07 às 16:00 e 21/07 às 12:00 no Centro Cultural Banco do Brasil – CCBB no Rio de Janeiro. E em São Paulo nos dias 25/07 às 17:30 e 26/07 às 13:00 na Sala Vermelha do Itaú Cultural.
O Anima Mundi foi criado em 1993 por Marcos Magalhães, Aída Queiroz, Lea Zagury e César Coelho (diretores e curadores) com o objetivo de fortalecer o mercado de animação do Brasil, é segundo maior Festival de Animações do mundo e o maior da América Latina.
Para saber um pouco mais do processo do filme entramos em contato com Matheus Nobre.
Larissa Lisboa: Como teve início a sua percepção da animação como uma forma de expressão artística?
Matheus Nobre: A animação sempre me encantou, mas por falta de habilidade pra fazer eu mesmo acabei tirando do meu leque de opções até que, discutindo o projeto com o Nivaldo Vasconcelos, ele me deu a ideia de fazer o Toinho interagir com ilustrações. Depois de matutar por uns dias, decidi que seria todo em animação e entrei em contato com o Daniel Aubert, que havia conhecido há relativamente pouco tempo através da minha esposa.
LL: Como surgiu O Poeta do Bairro Vermelho?
MN: Em 2015, Louise precisava apanhar uma assinatura do Toinho lá em Penedo. Como ela não dirige, levei ela e chegando lá foi imediata a conclusão a que cheguei ouvindo esse personagem falar: isso dá um filme! Ainda não tinha nada definido sobre o filme. Seria gravado e com entrevistas não só dele como também de outras pessoas. Coincidentemente, voltei lá no aniversário de Penedo, na manhã desse vídeo https://vimeo.com/124781059, e fiz minha primeira entrevista com o Toinho. Entrevistei outra pessoa também, mas saí de lá com a certeza de que o Toinho por si só já dava um filme. Voltei a Maceió com seu livro de poesias e pra minha surpresa tudo o que ele havia me dito em prosa constava lá em verso. Achei isso incrível. Até atualização sobre a greve de fome de um padre tinha. Primeiro uma sobre os 10 dias e depois outra de 20 dias. Foi aí que decidi que o filme seria todo em versos. Através da troca com o Nivaldo, que sugeriu ilustrações naifs interagindo com o Toinho, o projeto começou a ganhar a essência do que acabou se transformando através da genialidade do Daniel Aubert, que fez tudo do início ao fim, do storyboard, artes conceituais, ilustrações, cenários até a animação em si, contribuindo inclusive com trejeitos do personagem e linguagem corporal. Podemos dizer que ele fez as vezes de ator ao dar vida aos personagens.
Leave a Reply