Aqui, não temos um longa de ficção de uma narrativa convencional, nem mesmo entre nosso circuito artístico comumente criticado. Os Jovens Baumann trata-se de uma ficção que flerta com o documentário, uma espécie de agrupamento de fitas em VHS, “registradas” pelos primos Baumann (na verdade são recriações de um material encontrado 25 após o caso), que passavam as férias na fazenda da família. O grande ponto que motiva a junção de tais filmagens é o grande mistério de seu desaparecimento, fato real, ocorrido no sul de Minas Gerais em 1992. Até hoje, não foi encontrada uma explicação acerca do caso, sendo que as buscas foram dadas como encerradas na polícia já há muito tempo.
O interessante nessa produção é ver, justamente, como a vida prosaica e descompromissada dos jovens estava totalmente alheia ao sombrio futuro que lhes aguardava, sendo assim, muito curioso de acompanhar seu dia-a-dia. O longa também contém uma narração feita pela diretora, que nos explica um pouco do contexto da história e pincela seu filme com algumas tomadas feitas de maneira paralela às fitas. Assim, a montagem é, com certeza, o ponto mais relevante na produção. A linguagem é totalmente própria, e aquilo que se apresenta como uma simples ideia acaba se tornando uma eficiente construção de um dos mais intrigantes mistérios de todo o território brasileiro.
Os Jovens Baumann é um entretenimento certeiro para os fãs de documentário, e também aqueles que apreciam história de mistério e baseadas em fatos reais. Entretanto, não vá ao cinema esperando uma super produção e um complexo roteiro: como já citei, o filme se dá majoritariamente por um agrupamento de simulações de vídeos caseiros narrados. Ainda assim, recomendo.
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