Sobre Primeiros Vídeos

By Alice Jardim
By Alice Jardim

As produções em Super 8 esgotaram-se em 1982, por falta de estímulo com o fim do Festival de Cinema e pelo agravante de que a película de 8mm fora valorizada comercialmente, o que tornou caro produzir em Super 8. O vídeo tomaria o lugar da bitola nanica através do VHS, fita magnética que, ao contrário dos rolos de película, tinha processo de gravação sem a necessidade de uma revelação, permitia rever o que fora gravado pelo visor da câmera e regravar, caso fosse necessário. Esta nova tecnologia, surgida em 1976, só começou a ser popularizado em Alagoas no início dos anos 80, mas não promoveu uma febre de produções como a bitola anterior. E assim o sonho de ter produções cinematográficas alagoanas ficou ainda mais longínquo, já que o vídeo não possuía o glamour da película e dificilmente poderia ser exibido em salas de cinema. [2]

Em 1979, foi fundado o curso de Comunicação Social da Universidade Federal de Alagoas – Ufal. A estruturação do Laboratório de Telejornalismo, no final da década de 80, contou com câmeras de vídeo U-matic e uma ilha de edição, mesa com aparelhos para editar as fitas, padrão de televisão. Constituiu-se um núcleo audiovisual no curso de comunicação formado esporadicamente por professores, técnicos e alunos, que faziam os filmes como exercício das disciplinas de Cinema e de Laboratório de Produção de Vídeo. [3]

Na década de 90, foram realizados alguns trabalhos experimentais de alunos da disciplina de Produção de Vídeo, orientados por Almir Guilhermino – professor e  documentarista pernambucano, durante as aulas, ou em produções improvisadas, e editados pelos técnicos do Laboratório de Telejornalismo da Ufal. Realizavam-se desde pequenos documentários jornalísticos a vídeos experimentais, entre outros que continuam gravados nas fitas U-matic empilhadas no Laboratório de Telejornalismo sem a devida conservação ou registro de informações .

A realização de um vídeo por um aluno do curso de Comunicação Social da Ufal poderia até constar como seu Trabalho de Conclusão de Curso (TCC), sob a supervisão de um professor orientador.


[2] Em entrevista a Celso Brandão. (29/10/2007)[3] Em entrevista a Almir Guilhermino. (17/06/2007)

Sobre Larissa Lisboa
É coidealizadora e gestora do Alagoar, compõe a equipe do Fuxico de Cinema e do Festival Alagoanes. Contemplada no Prêmio Vera Arruda com o Webinário: Cultura e Cinema. Pesquisadora, artista visual, diretora e montadora de filmes, entre eles: Cia do Chapéu, Outro Mar e Meu Lugar. Tem experiência em produção de ações formativas, curadoria, mediação de exibições de filmes e em ministrar oficinas em audiovisual e curadoria. Atuou como analista em audiovisual do Sesc Alagoas (2012 à 2020). Atua como parecerista de editais de incentivo à cultura. Possui graduação em Jornalismo (UFAL) e especialização em Tecnologias Web para negócios (CESMAC).

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