Texto: Larissa Lisboa
“Tô com saudade de Maceió
Da Lagoa Mundaú, de comer sururu
Caminhar, ver o mar
Poder desfrutar”
Luana do Reggae
Ainda Te Amo Demais (dir. Flávia Correia) é um filme sobre presença. Não apenas estar presente, mas no sentido da força que emana das existências conectadas pelo filme. Uma força que possibilita o encontro com pessoas diversas e semeia o desejo de saber mais sobre elas e sobre o reggae alagoano.
Presença também da memória da cultura alagoana, representada pelas filmagens em VHS de shows de reggae nas praças de Maceió, pelas imagens que são reproduzidas do filme O reggae também é nosso (dir. Ari Consciência), em processo, além das memórias pessoais dos personagens, nos depoimentos e fotografias.
Força também costurada pelo retorno da cantora Luana Freire (Luana do Reggae) à Maceió, após seis anos, e pela realização do show com ela, um espaço para a presença de novas e antigas memórias, que também é a pulsação da narrativa de Ainda Te Amo Demais.
Os personagens estão conectados pela presença do reggae: dançarinos Nelias do Reggae, Verônica Selecta Roots e Nal Pé de Ouro; os Djs Lulu da Mangueira e Thuppá; o pesquisador Ari Consciência e a cantora Luana Freire, e contemplamos a costura dessas presenças com a da diretora Flávia Correia.
Entrar na casa de Nelias e ser apresentada a vivência dele no reggae é uma memória que vou levar comigo assim como a sequência em que Luana canta a letra que fiz referência acima. Enquanto revia o filme para escrever aqui, refleti sobre a minha relação com o mar. E associei a emoção de reencontrar um lugar de afeto, com o encantamento que sinto ao encontrar e reencontrar os filmes, em especial alagoanos. Celebro o encantamento que o filme de Flávia Correia me provocou.
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