[Carta] Do prazer de conhecer Teresa e sua avó

Texto: Larissa Lisboa. Imagens: divulgação.

Entre 11 e 12 de outubro, o 11º Festival Internacional de Animação de Pernambuco (ANIMAGE) disponibilizou a série de animação pernambucana para crianças Foi Assim, Foi Assado (direção: Chia Beloto) como mostra online. 

Série realizada realizada com a técnica de animação de recorte (animação cut-out), através de edital PRODAV TVs Públicas da Ancine, exibida pela TV Brasil entre os lançamentos de 2020. Com produção de CabraFulô e co-produção Baba Filmes, composta por 13 episódios de 7 minutos cada, com roteiro de Marila Cantuária (diretora de animação), Gabriel Miranda e Rafael Spínola.

Com formato episódico, no qual as narrativas em sua maioria tem começo, meio e fim dentro do episódio, com exceção para os episódios 11 e 12 (Casa Cinema parte 1 e parte 2), o público é apresentado ao cotidiano das protagonistas Teresa, sua avó e a cadela Laika.

Comento brevemente aqui sobre dois dos episódios que apresentaram momentos de conexão entre as protagonistas e outros personagens: Casa foguete e a viagem à lua e Comunicação extraterrestre.

Casa foguete e a viagem à lua e Comunicação extraterrestre, ambos abordam a relação com o universo de forma particular. Em Casa foguete, Teresa sonha em ir à lua e sua avó torna esse sonho possível. As imagens que Teresa cria ao ver a lua da terra, representam e conectam com a brincadeira de adivinhar como é a lua e o que vemos “desenhado” nela. Na aventura de ir à lua, Teresa e sua avó encontram astronautas. Entre as cenas que eu adoraria gravar na minha memória (serve também emoldurar), Teresa, sua avó e Laika na lua juntas acenando para os astronautas.

Cena de Casa foguete e a viagem à lua, veja clicando aqui

Já em Comunicação extraterrestre, Teresa brinca de telefone sem fio com uma amiga, esta é a sequência de abertura do episódio, e eu queria revelar cena a cena e emoldurar. Para ampliar a brincadeira, as duas usam uma invenção da avó de Teresa para tentar comunicação com seres extraterrestres. A aventura de Teresa e sua amiga, desde a conexão entre elas buscando formas de comunicação com os demais personagens, reverbera curiosidade, afeto e empatia que podem ser assimilados independente da faixa etária do espectador.

Ao assistir aos episódios  e imergir na ilusão é fácil esquecer que Foi Assim, Foi Assado foi construído com recortes de papel. A riqueza dos cenários provocam o desejo de rever ilimitadamente as cenas, sequências e os episódios, ou pausar e olhar cada elemento que os constrói. No perfil do Instagram do selo Produções Ordinária é possível ver algumas imagens dos bastidores. 

Sobre a diretora

Chia Beloto é cineasta por formação e, desde 2010, trabalha no mercado audiovisual como diretora, diretora de arte, ilustradora e oficineira. Desde a fundação da produtora CabraFulô, realizou curtas, séries e oficinas voltadas para a área. Fundadora do selo de animação Produções Ordinária, faz direção e arte para séries como a Foi Assim, Foi Assado, realizada através do edital PRODAV TVs Públicas; curtas metragens, como Fazenda Rosa, ganhador do prêmio de melhor curta brasileiro no ANIMAGE festival 2017; e Um Peixe pra Dois, segundo lugar no prêmio da categoria de melhor animação no FestCine 2019; do longa metragem Medo Comum, aprovado pelo Funcultura em 2018, atualmente em pré-produção; de interprogramas, como o Noisé e Lá Vem, esse último teve sua estreia no Hollywood Brazilian Festival, em Los Angeles, no ano de 2016; além de vinhetas e outros experimentos. Também pensa e realiza oficinas de animação stop motion pelo Brasil e estado de Pernambuco, com parcerias com CineSesi, Sesc, Coletivo Ficcionalizar e ANIMAGE festival.

Foi Assim, Foi Assado

Sinopse: Teresa é uma criança muito curiosa, que vive com sua avó, uma inventora de traquitanas, cuja maior invenção é a casa-robô, uma casa tecnológica, construída com peças achadas na rua, e por isso, pode se transformar em diversas máquinas e locais de aventuras. Através da imaginação de Teresa, as personagens cruzam a linha do tempo da história, revivendo grandes e pequenas descobertas da humanidade.

Para ver as sinopses dos episódios clique aqui

1 Casa foguete e a viagem à lua
2 O pífano e a sinfonia da chuva
3 A roupa-camaleão
4 A construção da casa
5 A bússola e a casa submarino
6 A festa do fogo
7 A oficina e a invenção da roda
8 A casa robô: a história da Garra
9 O voo, a pipa e a casa avião
10 Comunicação extraterrestre
11 Casa Cinema (parte 1)
12 Casa Cinema (parte 2)
13 A,B,C, Teresa

Sobre Larissa Lisboa
É coidealizadora e gestora do Alagoar, compõe a equipe do Fuxico de Cinema e do Festival Alagoanes. Contemplada no Prêmio Vera Arruda com o Webinário: Cultura e Cinema. Pesquisadora, artista visual, diretora e montadora de filmes, entre eles: Cia do Chapéu, Outro Mar e Meu Lugar. Tem experiência em produção de ações formativas, curadoria, mediação de exibições de filmes e em ministrar oficinas em audiovisual e curadoria. Atuou como analista em audiovisual do Sesc Alagoas (2012 à 2020). Atua como parecerista de editais de incentivo à cultura. Possui graduação em Jornalismo (UFAL) e especialização em Tecnologias Web para negócios (CESMAC).

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