Cobertura: Luta Pela Terra (dir. Camilla Shinoda e Tiago de Aragão)

Texto: Rosana Dias. Revisão: Larissa Lisboa. Imagem: divulgação.

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Luta Pela Terra (DF/AM/RR), 26ª Mostra de Cinema de Tiradentes – Mostra Cinema Mutirão – 21/01

Um registro documental que vai além de mostrar os alojamentos e acampados em Brasília no período de 22 a 28 de agosto de 2021, por indígenas de todo o país na Esplanada dos Ministérios, um protesto contra o “Marco Temporal”. Resistência e luta são as armas usadas pelos povos originários desde que tiveram os primeiros contatos com os brancos, com os invasores, colonizadores em busca de terras e suas riquezas naturais. 

No documentário, Luta pela Terra (DF/AM/RR), dirigido por Camilla Shinoda e Tiago de Aragão, e roteirizado por Camilla Shinoda, Tiago de Aragão, Everton Mura, Elivanilda Macuxi, Erdirneisson Macuxi, vemos as falas de diversos representantes de seus povos, dentre eles temos a de Eloy Terena, advogado indígena e coordenador da Assessoria Jurídica da Articulação dos Povos Indígenas do Brasil (Apib), e recentemente nomeado pelo presidente Lula para atuar como secretário-executivo do ministério dos Povos Indígenas. 

Nos estados de Roraima e Amazonas mobilizações com mulheres, homens, jovens e crianças, confecção de cartazes, passeatas que foram formadas, cantos e danças, a luta pela terra também é a luta pela vida, pela dignidade e humanidade, é a luta pelos seus antepassados e para os que aqui estão. 

Terra, matas transformadas em pastagens, imagens do desmatamento em nossas florestas, as queimadas e o solo preparado para receber o gado. A luta contra a invasão e exploração de terras, além da ausência da FUNAI que, no governo anterior comungou com o genocídio indígena.  

No documentário temos imagens da mobilização, da resistência que se fez ali presente, um movimento nacional pela demarcação de terras e contra o “marco temporal” que é de interesse extremo dos ruralistas. A luta pela terra ainda continua. 

Além de Luta pela Terra, a Mostra Cinema Mutirão é composta também pelos curtas-metragens, Da Ponte Pra Cá (SP), realizado por Isabela da Silva Alves, Paola (PE), de ZielKarapotó, ThuëPihiKuuwi–Uma Mulher Pensando (RR), dirigido por AidaHarikariyomaYanomami, Edmar TokorinoYanomami e Roseane Yanomami, Escasso (RJ), dirigido por Clara Anastácia e Gabriela Gaia Meirelles; e pelo médias-metragens Partida de Vôlei à Sombra do Vulcão (MG), de Clarissa Campolina e Fernanda Vianna, Entre a Colônia e as Estrelas (RJ), de Lorran Dias, Caixa Preta (RJ/SP), de Saskia e Bernardo Oliveira. Com curadoria de Camila Vieira, Francis Vogner dos Reis, Lila Foster, Mariana Queen Nwabasili, Pedro Guimarães e Tatiana Carvalho Costa.

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