Cobertura: Mostra Panorama- série 3 

Texto: Emanuella Lima. Revisão: Larissa Lisboa. Imagem: divulgação.

A terceira série da Mostra Panorama traz quatro curtas que flertam com as possibilidades de vínculo e as conexões entre as pessoas. Nesse recorte, os sentimentos tomam forma e ganham uma força imensurável. 

Manhã de Domingo (RJ), de Bruno Ribeiro

O drama protagonizado pela jovem pianista negra Gabriela é marcado pelo desejo do encontro e pela necessidade de reconexão com o passado. Com um formato bastante explorado pelo cinema, vivemos as angústias da personagem que se prepara para o primeiro recital. A insegurança se faz presente em todas as suas falas, mas seu talento faz com que ela se entregue totalmente, além disso tudo, um sonho confuso com sua falecida mãe a atormenta. Buscando desvencilhar-se da ausência, ela volta ao seu passado e em conexão única com quem era, retoma seu lugar.

Possa Poder (RS), de Victor Di Marco e Márcio Picoli

Possa poder é uma ficção onde amigos partilham suas angústias, deleitados na dor e delícia de ser quem são. Nesse curta, Lucas, Luiza e Bia – duas pessoas com deficiência e uma mulher trans negra – vivem à sombra de uma sociedade moldada a duros preconceitos. É interessante observar como o filme aborda a temática, ainda que pareça um assunto ‘fácil’ de lidar por ser muito falado, sabemos que o mundo que vivemos costuma ser mais pesado para aqueles que estão à margem. Com olhares de desdém e sem nenhum tipo de empatia, a trama se costura, mesmo que intimados pelo ambiente que os cercam, eles não abaixam a cabeça e continuam em busca de um espaço onde possam ser felizes juntos.

Jib (SP), de Lira Kim 

Não tão distante dos outros filmes dessa série, Jib, que significa Casa em Coreano, já começa  se autoexplicando. Ao longo dos oito minutos do curta ficamos observando o comportamento de uma mãe com sua filha e como a troca de conexões entre elas acontecem. A saudade de casa e as ausências também são compartilhadas, mas o que elas estão traçando juntas tem muita força. 

Bicho Solto (SP-CE), de Dayse Barreto

Cômico e trágico, Bicho Solto é um filme pandêmico que retrata a vida de uma jovem que sobreviveu ao Coronavírus, mas que em compensação teve seu coração destruído pelo amor. Com diálogos engraçados e em um melodrama pouco convencional, Dayse vive sob a imagem distorcida de liberdade. A busca para apagar esse amor fez com que ela vivesse coisas inexplicáveis e pelo que parece só um milagre chamado ‘amor próprio’ poderá salvá-la. 

Acompanhe a 25ª Mostra de Cinema de Tiradentes on-line pelo site.

Be the first to comment

Leave a Reply

Seu e-mail não será divulgado


*