Cobertura: Mostra Panorama | Sessão 3

Texto: Janderson Felipe. Revisão: Larissa Lisboa. Imagem: divulgação.

Mostra Panorama | Sessão 3

Esta sessão parece investigar as relações afetivas parentais, explorando através de diferentes gêneros, as marcas que deixam e fazem essas relações serem reveladas de forma palpável passando por todos os diferentes sentimentos que as condições postas podem trazer, diante disso é interessante ver como são filmes bastantes diferentes tornando uma sessão bem distinta entre as duas anteriores.

Won’t you come out to play? (imagem em destaque), de Julia Katharine

Um melodrama doloroso sobre os cacos que constituem uma família fragmentada, filmado durante o período de pandemia, o contexto parece exacerbar ainda mais as relações, fazendo a barreira que existe entre pai e filha, parecer ainda maior. A dureza dos encontros, só possíveis em formato virtual, é explorado no filme com uma potência dramática única, a princípio podendo se esperar algo frio, mas o que o filme consegue entregar é arrebatador pela completa entrega a potência de um melodrama.

3 Graças, de Luana Laux

O mistério ronda 3 graças, o curta de Luana Laux se apropria do cinema de gênero em diversos símbolos: a casa grande, o catolicismo fervoroso, a cachaça e a trindade, tão presente nas mitologias cristã, em que três podem ser uma também, a primeira graça, Virgem Maria, a mãe que abraça todas e as abençoa. É interessante ver como o filme abraça cinema de horror para criar uma ciranda dos sonhos e desejos dessas irmãs sejam elas graças ou bruxas.

à beira do planeta mainha soprou a gente, de Bruna Barros e Bruna Castro

Expressar afetos maternos pode ser duro, as relações cheias de amor e carinho podem carregar dores, à beira do planeta mainha soprou a gente apresenta isso através da investigação e carta de duas filhas para sua mãe, revelando as tensões e sentimentos dessas relações. A busca acontece através dos registros feitos desses encontros, o amor está lá, mas não é um filme para declarar um ideal romântico dessas relações, mas retratar a dor e o melhor dizê-las, também é onde está o amor.

Jardim Fantástico, de Fábio Baldo e Tico Dias

A descoberta do místico atravessa Jardim Fantástico, a obra trabalha entre criar essa condição única onde uma professora indigena utiliza Ayahuasca com seu alunos, ainda crianças e a conexão com outra realidade, é aí que entra o fantástico no filme, nessa busca por um segredo através do misticismo, apresentando a professora a possibilidade de algo que se perdeu em seu passado, o filme de Fábio Baldo e Tico Dias, dá a possibilidade de abraçar o mistério, onde a busca é mais importante que a compreensão.

Acompanhe a 24ª Mostra de Cinema de Tiradentes on-line pelo site.

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