Crítica: Marola (dir. Celso Brandão)

Texto: Érika Santos. Revisado: Leonardo Amaral

Em Marola (2020), o indeterminado constrói o espaço e preenche a forma da narrativa. O curta que contém seis minutos se revela, através da fotografia, numa busca pelo inacessível: o que não pode ser representado através da oralidade. Marola, à medida que avança em sua narrativa nos envolve num círculo de percepções imagéticas e sonoras que nos transportam para uma espécie de dimensão cósmica.

Marola quebra o vínculo com o básico; molda-se com a natureza, protagoniza o mangue, o mar e seus elementos. O homem colocado à margem da cadeia natural das coisas afirma a desconstrução do básico. Marola edifica uma narrativa experimental na qual os protagonistas são o tudo e o nada.

Em momentos, o enredo nos direciona a um ambiente penoso que se personifica através dos movimentos do homem; esse homem sem face que retira lentamente o chapéu num lamento pela morte quente e salgada que habita aquele lugar.

Marola abre um ciclo único que não visa explicar o eu, nem o todo, mas caminha, nesse sentido, de modo a dialogar com uma percepção artística  experimental, descobrir suas nuances; a fim de transformar os sentidos em movimentos, a fim de se conectar com o indefinido.

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