Crítica: O que é que as Batingas tem? (Direção coletiva)

Texto: Paulo Vieira. Revisão: Tatiana Magalhães.

Podemos dizer que, acima de tudo, o que têm nas Batingas são histórias. Compondo a 10ª Mostra Sururu de cinema alagoano, O que é que as Batingas tem? é um curta-documentário que nos apresenta aos moradores do povoado Batingas. A partir da introdução dos relatos pessoais é mostrada a temática do filme: o povoado é seu povo, e o filme é sobre as pessoas que fazem do lugar uma comunidade. A maior representação disso é a verdade transmitida nos momentos de espontaneidade dos entrevistados, seja o senhor que se emociona falando da morte de sua mãe durante a infância, seja a senhora que canta suas músicas de pastoreio e lembra o quanto se divertia fazendo-o, o senhor que toca sua sanfona ou os garotos que se divertem jogando capoeira enquanto observamos a transição para as imagens do povoado.

As cenas de câmera fixa, que se aproximam dos entrevistados, nos levam para momentos de lembranças e permitem um vislumbre de como essas lembranças estão atreladas ao povoado. Contudo, talvez o ponto fraco seja a inclusão de filmagens que mostram os bastidores com uma câmera livre, podendo atrapalhar a experiência do espectador que havia sido estabelecida com a estabilidade da imagem.

É através da fala de um dos jovens sobre a calma do lugar que fazemos uma ponte entre as Batingas e tantos outros povoados rurais. Trazendo momentos cômicos antes de lindas representações de diferentes aspectos da cultura de nosso interior, o filme não deixa de ser atencioso com cada detalhe na contribuição dos relatos para a história, seja com uma letra, uma poesia, uma melodia tocada na sanfona ou uma dança de capoeira.

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