Crítica: Segunda Feira (dir. Olga Francino, Iasmyn Sales, João Marcos Alves, Camila Alves e Leandro Alves)

Texto: Janderson Felipe. Fonte: Oficina de Crítica Cinematográfica

A feira mais próxima de você

Nos primeiros minutos da projeção de Segunda Feira acreditei estar vendo a feira que se localiza próximo a minha casa. A cada momento eu procurava buscar pistas de onde seria tal feira, que ao mesmo tempo me parecia tão familiar.

Então é anunciado que se trata da feira de Arapiraca, o que não faz que seja reduzida apenas a feira daquela cidade, pois sua história condiz com muitas outras que sofreram com o caos urbano e o comércio a toque industrial dos tempos atuais, e que apesar disso continuam e a se moldar à contemporaneidade.

Aqui a tristeza está de fora. Este é um filme sobre nostalgia e o ar alegre da feira, cheia de cores e cantos para chamar compradores, mesclado as pessoas que acreditavam no “antigamente era melhor”, e mesmo assim procuram fazer valer essa feira atual. E à sua maneira é fácil de entender: a antiga feira não era apenas um lugar para comércio. Existiam centros culturais riquíssimos que se foram. Esta feira passou, antes lugar de paquera, música e comercio para uma população agrária. É um filme sobre a “pós-feira”, uma segunda feira, encontrando seu lugar em uma nova cidade.

A 7ª Mostra Sururu apresentou duas obras ambientadas em Arapiraca e é impossível não imaginar o quanto ambas conversam entre si. Enquanto Metrópole do Futuro procura dar um escopo mais amplo da cidade, Segunda Feira traz um aspecto específico, porém não menos rico, de uma cidade se construindo forma em tela.

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