Filme da ETA/Ufal participa de votação online em festival nacional de cinema

Texto: Felipe Guimarães. Fotos: divulgação/stills do filme

Dentre mais de 600 filmes inscritos, o curta-metragem Colapsar, produzido pelo Laboratório de Videodança da ETA/Ufal, foi uma das 24 obras selecionadas para a mostra competitiva do 15º Festival Taguatinga de Cinema. O filme alagoano será exibido de forma online neste sábado (18) às 20h, no site do festival. Logo após a exibição, o curta fica por 24 horas em votação pelo júri popular.

Único representante de Alagoas na mostra competitiva, Colapsar se expande entre as linguagens documental e experimental, apresentando novas perspectivas de uma videodança que provoca o público a sair do lugar comum.

O filme tem direção coletiva composta exclusivamente por mulheres e foi criado a partir de exercícios e experimentos do Laboratório de Videodança, coordenado pela professora Valéria Nunes, da Escola Técnica de Artes da Universidade Federal de Alagoas (ETA/Ufal). “Em 2019 desenvolvemos esse projeto de extensão para trabalhar a linguagem audiovisual de modo interdisciplinar, fazendo com que os alunos da área de dança e teatro colaborassem como intérpretes criadores de obras audiovisuais. Colapsar é o primeiro de outros filmes que serão lançados pelo Laboratório”, explica Valéria.

Para Reginaldo Oliveira, responsável pela concepção e performance no filme, “Colapsar parte da reflexão de que alguns corpos não são passíveis de luto. Que uns corpos não têm direito à vida ou o que lhes resta é uma vida precária”. Para ele, corpos que já nascem mortos por colapsarem a norma – a heteronormatividade vigente. “Afirmar que a vida é precária é afirmar que a possibilidade de sua manutenção depende fundamentalmente das condições sociais e políticas e não somente de um impulso interno para viver”, complementa Reginaldo.

Colapsar já participou dos festivais Imajitari – International Dance Film Festival (Índia), The Lift-off Sessions Global Network – Pinewood (Reino Unido) e 10ª Mostra Sururu de Cinema Alagoano, onde ganhou o Prêmio Olhar Crítico. O curta conta com a participação de discentes e docentes da ETA/Ufal, o apoio do Caleidoscópio Clube de Cinema e das produtoras Cinepopeia, Meraki Lab, Piracema Studio e Sambaicatá, além da distribuição da La Ursa Cinematográfica.

Para votar no filme de Alagoas para vencer o Prêmio do Júri Popular do 15º Festival Taguatinga de Cinema, basta acessar e se cadastrar no site www.festivaltaguatinga.com.br.

Sobre o Festival Taguatinga de Cinema
O Festival Taguatinga de Cinema celebra, desde a sua 1ª edição, em 1998, filmes que investem na construção de novos imaginários a partir de narrativas contra hegemônicas e se valem de corpos que vibram na contramão do panorama de idealização da sociedade de consumo, desafiando tabus e o culto à padronização, migrando da margem para o centro de si mesmos, como forças da Natureza.

Ano após ano, por vocação e missão, o festival seleciona filmes engajados no combate às injustiças sociais, às violências estruturais, ao racismo e ao machismo fundantes da sociedade brasileira; filmes que são, ao mesmo tempo, farol e espelho para o público do festival, nutrindo nele, em linguagens múltiplas, o amor e a confiança, a coragem de ser o que se é, a conscientização e o desejo de militância e ativismo político e social.

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