Mirante Cineclube lança chamada aberta para sessão de cinema negro

Texto e imagens: Mirante Cineclube

No 20 de Novembro do ano passado, o Mirante Cineclube realizou a primeira edição da Sessão Quilombo de Cinema Negro. Com apresentação do grupo de rap Reles No Rules e debate mediado pelos membros do cineclube, o evento lotou a sala de cinema do Centro Cultural Arte Pajuçara em pleno feriado.

A sessão foi aberta pelo filme Alma no Olho (1974), dirigido e interpretado por Zózimo Bulbul, nome fundamental do cinema negro brasileiro. Em seguida, foram exibidos os curtas Kbela (2015, dir. Yasmin Thayná), Caixa D’água: Qui-lombo é esse? (2012, dir. Everlane Moraes), Quintal (2015, dir. André Novais Oliveira) e CorpoStyleDanceMachine (2017, dir. Ulisses Arthur).

A curadoria foi pensada com a proposta de mostrar um breve panorama do cinema negro brasileiro contemporâneo, passando por cineastas de várias partes do Brasil, introduzido por uma das maiores obras do segmento, que marca a estreia de Zózimo Bulbul na direção.

Atendendo aos pedidos do público e pensando em firmar o evento no calendário de Maceió, o Mirante Cineclube lança a chamada aberta para a inscrição de filmes de artistas negros/as que irão compor a II Sessão Quilombo de Cinema Negro, que será realizada no 20 de Novembro deste ano.

Apesar de ser a terra do Quilombo dos Palmares, dos Zumbis e de Dandara, Alagoas carece de espaços de exposição e discussão de obras de artistas negros/as. Um dos pontos altos da Sessão passada foi o debate, onde jovens que nunca participaram de um evento desse tipo cruzaram a cidade e participaram ativamente da discussão. É por isso que a Sessão Quilombo deve continuar, ampliando seu escopo de filmes e chegando em mais realizadores/as.

O evento irá homenagear a historiadora, professora, roteirista, poeta e ativista pelos direitos humanos de negros e mulheres, Beatriz Nascimento. Nascida em Sergipe, é considerada um dos grandes nomes do Movimento Negro Brasileiro e peça fundamental para os estudos raciais no Brasil. Também é autora e narradora do filme Ôrí, da diretora Raquel Gerber, documentário que aborda, de forma ensaística, a identidade negra e as novas formas de quilombos nas cidades do país.

As obras selecionadas devem ser dirigidas por realizadores/as negros/as do Brasil e de toda a Diáspora Africana; ter, no máximo 25 minutos; ter sido produzidas a partir de 2016; e ter idioma e/ou legenda em português.

O regulamento completo e a inscrição podem ser acessados neste formulário do Google.

Inscrições abertas até 05/10/2019.

“Cada indivíduo é o poder, cada indivíduo é o quilombo.” Beatriz Nascimento em Ôrí (1989), dir. Raquel Gerber

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