Mostra Sururu 2018 chega ao fim apontando para os 10 anos do evento

Texto e imagem: Mostra Sururu

Com uma emocionante cerimônia que homenageou o veterano realizador Celso Brandão e entregou uma premiação bastante diversa, chegou ao fim no último domingo (16) a nona edição da Mostra Sururu de Cinema Alagoano (confira a lista de premiados abaixo).

Contando com patrocínio do edital Algás Social e da Secretaria de Estado da Cultura de Alagoas, em 2018 o evento ampliou suas atividades. Além da tradicional mostra competitiva, foram realizadas exibições itinerantes em Penedo, Arapiraca, Marechal Deodoro e Maceió. A itinerância teve início dia 06 de outubro no Ifal de Marechal Deodoro, e se encerrou no dia 26 do mesmo mês, no Espaço Cultural Linda Mascarenhas, em Maceió.

Entre os dias 07 e 16 de dezembro, uma nova rodada de ações movimentou a Escola Técnica de Artes da Ufal – ETA,  e o Centro Cultural Arte Pajuçara com debates e mesas de discussões, os diálogos. A ampliação, segundo a produção do evento, faz parte de processo de desenvolvimento para a realização da edição de 10 anos da mostra, que acontecerá em 2019.

Celso Brandão recebe o troféu em homenagem ao sua obra. Foto: Vanessa Mota.

“Nestas nove edições realizadas até aqui a Mostra Sururu se tornou um patrimônio para a cidade de Maceió e para o estado de Alagoas. Ela é fundamental para o cinema, mas também é um importante vetor para o estímulo de uma série de debates sobre nossa cultura. É um dos eventos mais afirmativos feitos no Estado”, diz Glauber Xavier, produtor executivo da edição 2018.

“A edição de 10 anos será um marco simbólico para o nosso audiovisual. E por isso precisará refletir o atual momento da produção do cinema local, que se encontra em sua melhor fase historicamente, tanto em quantidade técnica e artística quanto, quanto em repercussão nacional. Em 2019 pretendemos fazer uma mostra histórica, levando o cinema alagoano para as periferias, para o interior, para a TV pública, e também realizar a maior a mostra competitiva que já fizemos. Será um edição ambiciosa”, explica Glauber.

Segundo a produção do evento, os trabalhos para a preparação da Mostra Sururu comemorativa de 10 anos já terão início no próximo mês de janeiro, com a prospecção de parceiros, patrocinadores e apoiadores.

15 curtas-metragens concorrem na competitiva da Mostra Sururu 2018.

Confira a lista completa dos premiados:

MELHOR FILME PELO JÚRI POPULAR: Parteiras, de Arilene de Castro

MELHOR FILME  – OLHAR CRÍTICO: Tipóia, de Paulo Silver
(Prêmio oferecido pelo Laboratório de Crítica Cinematográfica)

Por conseguir  retratar a impotência e angústia política e social desta geração através  de uma forte e potente metáfora, com recursos cinematográficos simples e inventivos, subvertendo gêneros do cinema, tomando decisões assertivas na montagem e consolidando uma linguagem  fílmica própria.

PRÊMIOS DO JÚRI OFICIAL

A safra de curtas-metragens observada na 9a edição da mostra sururu de cinema alagoano aponta a diversidade temática contemporânea, revelando o potencial cinematográfico local. percebe-se um setor vigoroso, que precisa de incrementos nas políticas públicas de audiovisual para sua estruturação, que aposte na formação e qualificação técnica e no desenvolvimento artístico de realizadoras e realizadores, ampliando a sinergia com cinema nacional a partir da identidade regional.

MENÇÃO HONROSA: Coração sem Freio, de Cris da Silva e Hallana Lamenha.
Para estimular a nova geração de jovens cineastas de alagoas, a menção honrosa vai para um filme que reúne potencial criativo e técnico: Coração sem Freio, de Cris da Silva e Hallana Lamenha.

PRÊMIO ESPECIAL DO JÚRI: Entre a Rua e o Palco, de Davyson de Oliveira, José Esmerino, Maykson Douglas e Thalis Firmino.
Por retratar uma realidade marginalizada a partir de uma perspectiva que indica união e visibilidade, apontando o engajamento e o protagonismo de mulheres que lutam com dignidade, o prêmio especial do júri vai para Entre a Rua e o Palco, de Davyson de Oliveira, José Esmerino, Maykson Douglas e Thalis Firmino.

MELHOR CONTRIBUIÇÃO ARTÍSTICA: Retaliação, de João Herberth.
Pela estrutura concisa e marcada por reviravoltas, investigando a linguagem em benefício da trama, o prêmio de contribuição artística vai para Retaliação, de João Herberth.

MELHOR CONTRIBUIÇÃO TÉCNICA: Parteiras, de Arilene de Castro
Pela abordagem delicada e tecnicamente madura com que resgata uma tradição popular constitutiva da identidade brasileira, a partir da pesquisa, da fotografia e da montagem, a diretora mergulha de forma sensível pela riqueza simbólica contida na simplicidade das raízes culturais de alagoas. assim, o prêmio de contribuição técnica vai para Parteiras, de Arilene de Castro.

MELHOR PERFORMANCE: Ao elenco de Besta Fera, de Wagno Godez
Pelo acabamento técnico, a condução da narrativa e do arco dramático das personagens, o prêmio de melhor performance vai para o elenco de Besta Fera, de Wagno Godez.

MELHOR FILME: Chau do Pife, de Celso Brandão.
Por sua contribuição histórica, apresentando a possibilidade de reconstrução de novos caminhos sem esquecer as raízes e conduzindo o espectador num passeio sonoro que transita entre o popular e o erudito, o prêmio de melhor filme vai para Chau do Pife, de Celso Brandão.

A comissão de seleção foi composta Roseane Monteiro, realizadora e pesquisadora de audiovisual,  integrante do Mirante Cineclube, graduada e mestra em história pela Universidade Federal de Alagoas (UFAL);  Lucas Litrento, escritor, graduando em jornalismo e membro do Mirante Cineclube; e Ulysses Artur, curador e realizador, graduado em cinema e audiovisual pela Universidade Federal do Recôncavo da Bahia (UFRB), e integrante da Associação dos Profissionais do Audiovisual Negro (APAN).

O júri oficial da mostra, responsável por conceder os prêmios, foi  composto por Sara Rocha, do Distrito Federal, coordenadora audiovisual da Secretaria de Estado da Cultural do Distrito Federal, além de diretora executiva das  50ª E 51ª edições do Festival de Brasília do Cinema Brasileiro; por Camila Moraes, longa-metragista gaúcha radicada na Bahia. Camila também atua como produtora cultural e editora da revista eletrônica de temática negra “Acho Digno”; e por Maria Abdalla, produtora de cinema,  idealizadora e diretora geral da Goiânia Mostra Curtas e coordenadora do Icumam Cultural e Instituto.

Júri oficial da IX Mostra Sururu de Cinema Alagoano. Foto: Vanessa Mota.

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