Série Lugares de Atuação, uma entrevista com Julien Costa

Perguntas e revisão: Karina Liliane e Larissa Lisboa. Respostas e foto: Julien Costa. Ilustrações: Weber Salles Bagetti.

Guiadas pelo desejo de dar continuidade ao diálogo sobre lugares de atuação em Alagoas, Karina Liliane e Larissa Lisboa elaboraram esta série de entrevistas que nesta primeira rodada foi criada junto aos atores e atrizes alagoanos Julien Costa, Silvio Leal, Wanderlândia Melo, Ane Oliva e Laís Lira. Cada entrevistadx foi estimuladx a falar dos seus lugares de atuação, Julien Costa compartilha sobre suas experiências no teatro, publicidade e cinema. Ele compõe o elenco dos filmes Farpa (dir. Henrique Oliveira), Leve A’mar (dir. Kátia Rúbia), Besta-fera (dir. Wagno Godez), Como ficamos da mesma altura (dir. Laís Araújo) e Cirandinha (dir. Pedro da Rocha).

Larissa Lisboa: Qual foi o seu primeiro contato com a atuação no Teatro como espectador? E no cinema?

JC: No teatro, como espectador lembro de ter tido um primeiro contato na década de 80, na infância, com espetáculos que se apresentavam no pátio da escola que eu estudava, a escola Sagrada família, mais conhecida por “Sagradinha” (porque atendia alunos do ensino fundamental). Também havia um trabalho educativo com recitais de poesias em um Jogral infantil da própria escola, acho que foi quando comecei a assistir e depois participar dos recitais do Jogral da escola que fui “contagiado” tanto quanto espectador, quanto pela “atuação”, e o foi ali o primeiro contato com uma “plateia”, mas a perda da bolsa integral da escola e outros acontecimentos, adiaram meu encontro com o que viria ser o meu ofício, mas não demorou muito. No início da década de 90, me reencontrei com a paixão adormecida, e lembro como se tivesse sido ontem, no Museu da Imagem e do Som, assisti o espetáculo: Tipos e Tapas do Grupo Infinito Enquanto Truque, e foi ali, naquele dia, na volta para casa, andando pelas ruas desertas do Jaraguá, que eu disse para mim: “É isso que quero fazer na vida!” e as palavras têm poder: um tempo depois me tornei integrante do grupo que me inspirou definitivamente a escolher minha profissão!

Já minha experiência de espectador de cinema, acho que é bem parecida com a maioria da minha geração, foi no início da década de 80, indo para as sessões superlotadas de estreia dos filmes dos Trapalhões nos Cinemas São Luiz e Ideal, ambos no centro da Cidade de Maceió, acredito que assisti as estreias de todos os filmes dos trapalhões naquela década, mas o filme que me marcou mesmo no Cinema que me fez assistir várias sessões num mesmo dia, foi: E.T o Extraterrestre de Steven Spielberg, esse sem dúvidas foi um dos filmes mais marcantes que já vi na vida.

Lembro de assistir uma versão da Paixão de Cristo no Cine Plaza, no bairro do Poço, que apesar de ter na sua grade de programação principal: filmes pornôs, durante a semana santa exibiam a paixão de Cristo, não sei se para atrair nesse período específico o público que frequentava a Igreja Senhor do Bonfim que era quase defronte ao cinema.

LL e Karina Liliane: Qual a sua primeira lembrança atuando? (onde e quando)

JC: Minha primeira atuação no Teatro foi em 1993 no Auditório do SENAC do bairro do Poço no espetáculo Maria Minhoca (texto de “Maria Minhoca”) do Grupo Cena Livre com direção de Mauro Braga, a sensação foi incrível, estrear meu primeiro espetáculo e encontrar um auditório lotado, com várias sessões num mesmo dia, durante duas semanas consecutivas, uma ótima recordação que me fez revisitar esse início tão especial.

No audiovisual, foram com campanhas publicitárias, participei de vários VTS publicitários, nesse período eu consegui ter a exata noção da extensão, do alcance e o poder da televisão, quando gravei o VT publicitário institucional da antiga CEAL, a campanha tratava do combate a ligações clandestinas de energia elétrica conhecido popularmente “gato”. Me marcou muito pois depois que a campanha foi veiculada na mídia, as pessoas quando me viam na rua, imitavam gatos, imitavam o som de sirene, gritavam: “Olha o Camburão!” (risos) e mesmo fazendo teatro já algum tempo, foram as campanhas publicitárias que fizeram meu entorno (amigos e familiares) me reconhecerem “ator”.

No cinema minha primeira experiência foi em 2012 com o curta-metragem: Farpa de Henrique Oliveira. Posso até dizer que comecei com o pé direito pois além de ter sido honrado com o prêmio de Melhor Ator na III Mostra Sururu de Cinema Alagoano, o filme já alcançou a marca histórica de mais de 5 milhões de visualizações no Youtube, acredito ser uma marca importante para a produção audiovisual alagoana e fico feliz de ter feito parte da equipe que alcançou esse feito e dizer o quanto aprendi da linguagem, durante as gravações, e quanta gente comprometida e apaixonada tinha naquele set de filmagens.

Ilustração: Weber Salles Bagetti.

KL: Você acredita que esse momento teve influência sob o caminho que percorreu na escolha da atuação como profissão e como lugar de expressão máxima do seu fazer artístico?

JC: Sim! Ter a oportunidade de estrear num palco após algumas oficinas de teatro, de já ser selecionado para atuar em um espetáculo infantil em um projeto remunerado: “A escola vai ao Teatro” que fazia em média 4 sessões lotadas do espetáculo por dia durante duas semanas a cada semestre, foi importante, pois além da rica experiência, o prazer de estar em cena, contracenando com os colegas, e da troca de energia com uma plateia lotada de crianças sinceras dispostas a jogar, e ter que controlar o “jogo” era desafiador, empolgante. Além de poder ser remunerado e me fazer sentir em um ambiente de profissionalismo, pois recebíamos um bom cachê por dia por conta do projeto, o que me mostrou a possibilidade real de que era possível pagar as contas e “sobreviver” escolhendo a atuação como ofício!

Um outro campo a ser explorado no mercado da atuação também está nas agências e produtoras de audiovisual de publicidade local, mas oportunidades de trabalho não são tantas assim, a remuneração e as condições de trabalho estão longe do ideal.

No cinema, ainda não temos uma grande produção em escala, vejo muito empenho, muita paixão, garra e vontade de fazer dos realizadores, mas faltam recursos, faltam mais editais, políticas públicas e leis de incentivo que permitam uma produção contínua do audiovisual.

Para mim como ator ainda é tudo muito novo, tive poucas experiências, fiz participação em 5 curtas, alguns filmes, no sistema de “guerrilha” só pela troca de experiências e o aprendizado, e como sou grato por ter conhecido, convivido e trabalhado com tanta gente apaixonada dedicada e convicta!

KL: Qual e onde foi o seu primeiro trabalho a partir do momento em que entendeu a atuação como profissão? Ou qual trabalho te fez enxergar como uma profissão?

JC: Como disse anteriormente, já comecei atuando sendo remunerado, então meus três primeiros anos no fazer teatral foram bem bacanas, pois todo ano estreava um novo espetáculo infantil onde os produtores do espetáculo me contratavam para fazer temporadas remuneradas e projeto escola, e como tínhamos essa remuneração, podíamos paralelamente fazer parte e criar grupos de estudo, participar de espetáculos adultos de outros grupos e Cias, tanto na atuação, como de forma amadora na técnica (sonoplastia, iluminação e contrarregra), o que foi a minha grande escola. O maior desafio de enxergar de fato como profissão, talvez fosse a própria condição de fazer teatro na época em que comecei, pois na década de 90 os principais palcos de Maceió, o Teatro Deodoro e o Teatro de Arena Sérgio Cardoso, estavam fechados para uma reforma que levou mais de uma década para se concluir, o único teatro que ainda funcionava de forma precária era o já sucateado Teatro de Bolso Lima Filho mas que não era muito diferente, dos espaços “alternativos” que os grupos e a companhias encontravam para montarem seus cenários e iluminação, e só nos restava apresentar em auditórios adaptados como o auditório do SENAC, por exemplo, outro espaço público que se tornou um espaço de experiências cênicas foi o Museu da Imagem e do Som. Mas com certeza os espaços culturais alternativos de produção e exibição das artes cênicas de Maceió mais importantes para mim daquela época foram sem dúvidas: o Circo Pirueta montado na praça Sinimbu, e o Espaço Camaleão no Bairro do Poço, o que vi e vivi nesses lugares me mantiveram firme e convicto com a minha escolha de profissão!

Esses 27 anos na estrada nas artes cênicas me fizeram aprender a me reinventar para me manter na profissão, para manter o foco e as contas pagas, fiz animação de festas, ministrei cursos, oficinas de teatro, montei esquetes teatrais para eventos corporativos, coordenei projetos socioculturais e Pontos de cultura, prestei serviços e consultorias para instituições públicas e privadas, me tornei locutor, apresentador e mestre de cerimônias, fui iluminador, sonoplasta, contra regra, diretor, escritor, cenógrafo e encenador, aprendi muito e sou grato a todos que me oportunizaram desenvolver essas atividades pois se não fossem essas atividades não conseguiria me manter apenas com a bilheteria das curtas temporadas dos espetáculos que trabalhei.

LL: Como teve início o seu diálogo com o cinema alagoano?

JC: Como espectador me recordo de ter visto numa exibição na rua na cidade de Piaçabuçu o filme: Mirante Mercado de Hermano Figueiredo, fiquei encantado, com a sensação de que se um dia eu fosse fazer um filme documentário seria partindo daquele olhar!

Mas sendo ator meu desejo de fato, era atuar em uma ficção, mas não havia produção audiovisual de ficção em Maceió (não que eu soubesse), não era comum no período em que comecei, mas acredito que essa demanda de produção começou a surgir com o avanço tecnológico e digitalização da imagem, e o valor mais acessível dos equipamentos tornaram possível sonhar com o desenvolvimento de curta metragens de ficção. Para minha surpresa tive o prazer de assistir o curta: Desalmada e Atrevida de Pedro da Rocha, fiquei muito feliz com a possibilidade de atuar em uma ficção alagoana torna-se real, tanto é, que todas as vezes que encontrava o Pedro da Rocha eu dizia: “quando vai rodar a próxima ficção para eu atuar no seu filme, hein diretor?’

Acabei tendo minha primeira experiência no cinema com Henrique Oliveira no curta Farpa.

Só alguns anos depois fiz a participação tão cobrada ao Pedrinho no novo curta dele: Cirandinha, que estreou ano passado (2019) no Festival de Cinema de Junqueiro em Alagoas. Apesar de ter atuado no VT publicitário da CEAL dirigido pelo Pedro da Rocha em 2003.

Já até me atrevi a roteirizar com Weber Bagetti, a animação audiovisual do espetáculo Meu Pé de Fulô da Cia teatro da Meia-noite, onde misturamos as linguagens das artes cênicas e do audiovisual.

KL: O que poderia descrever como singular de cada local de atuação e/ou quais diferenças enxerga no fazer artístico quando aplicado em locais distintos?

JC: Do Teatro destaco a efemeridade – tudo que foi visto e sentido pelo elenco, equipe técnica e o espectador, é particular, pessoal e intransferível, não se repetirá, se perderá no tempo e na própria efemeridade da vida. Nenhuma apresentação no teatro é igual à outra justamente por ser uma relação de troca em tempo real, os fatores internos e externos interferem na dinâmica de cada apresentação.

Do Cinema destaco a magia de eternizar o efêmero – de permitir revisitar um lugar, uma época, poder rever a interpretação do elenco, perceber as sutilezas do roteiro e da pesquisa da direção de arte e depois da obra pronta, mesmo sem pretensão, tornar-se um documento histórico de memória de uma geração de profissionais envolvidos naquela produção.

Os olhares dos realizadores de cada linguagem são parecidos na sensibilidade, na elaboração das ideias. A execução é que tem dinâmicas bem diferentes, no teatro quando o ator esquece o texto, depende da generosidade do seu parceiro de cena e da sua capacidade de improviso para continuar contando a história em tempo real de forma contínua, sem que a plateia perceba o erro, ou se na hora mais dramática do espetáculo ouve-se um celular tocando, a cena continua como se nada estivesse acontecendo ali, não há controle sobre o externo. Já no Cinema o ator é parte da engrenagem, sua interpretação dialoga com um ambiente extremamente controlado, e essa interpretação está diretamente condicionada a fragmentação, seja do movimento da câmera, a mudança de plano de filmagem, por um ajuste na luz, na verificação da captação do áudio e até no controle do suor do ator e no retoque da maquiagem, mesmo que toda a cena seja gravada num plano sequência, se houver alguma interferência, como uma luz que apagou, um microfone que vazou ou pela passagem de um carro de som na hora em que a cena está sendo gravada por mais que a interpretação do ator esteja impecável, tudo será interrompido com um sonoro: “Corta!”

LL: Como você vê a relação entre os lugares de atuação em Alagoas?

JC: Acredito que os dois segmentos têm muito a contribuir entre si, principalmente com a troca de experiências, como minha área está mais voltada a atuação creio que seria importante os cineastas/roteiristas/diretores frequentarem mais os teatros, assistir os espetáculos locais, ver em loco, conhecer os atores e atrizes e técnicos da cidade, conversar com diretores de teatro sobre os processos e metodologias de direção do ator e preparação de elenco, para ampliar o leque de possibilidades de perfis profissionais para seus filmes. Assim como os artistas cênicos precisam conhecer, consumir e compreender a produção audiovisual alagoana não apenas como uma oportunidade de trabalho e de aprendizagem, mas como para o fortalecimento dos segmentos. Pois como ser realizador sem consumir o que é produzido? Toda vontade de realizar e desenvolver, brota da vontade que sentimos quando fomos espectadores, e a produção artística só sobrevive se houver consumo.

Precisamos avançar mais, como Maceió tem uma escola de formação de atores de Teatro, seria importante ter ações organizadas pelos produtores/realizadores do audiovisual alagoano como cursos, workshops tais como: “interpretação para o Cinema – técnicas da não-relação do ator com a câmera”, pois teatro e cinema são linguagens antagônicas, a primeira propõe expansão do gesto e do movimento a outra propõe a fragmentação dessa expansão.

Hoje temos o Sesc Alagoas que promove ações como Ateliê Sesc de Cinema que é uma ação extremamente importante para o audiovisual alagoano, mas acredito que convênios e parcerias com as instituições públicas e privadas seria importante para os realizadores do audiovisual promoverem ações de introdução a linguagem e para a preparação/capacitação da cadeia produtiva local.

Assim como os cineastas/roteiristas poderiam fazer oficinas de teatro como alunos, para compreender os caminhos e técnicas de interpretação do ator para adaptá-las às especificidades do cinema.

Ilustração: Weber Salles Bagetti.

 

LL: Quais as dificuldades em trabalhar com atuação em Alagoas?

JC: A falta de leis de incentivo fiscal para a captação de recursos para os projetos culturais, a falta de políticas públicas perenes que permitam o lançamento de editais de fomento, difusão e fruição e do desenvolvimento da produção artística em geral.

A falta de sensibilidade da iniciativa privada em compreender que patrocinar um projeto artístico não é um gasto nem um gesto filantrópico, e sim um investimento, que a inserção da sua marca ao produto cultural é uma parceria e não um favor.

No caso do teatro a maior dificuldade talvez seja, manter um elenco grande e a equipe técnica, motivados a ensaiar sem remuneração de três a quatro meses para depois do espetáculo montado, arriscar o rateamento da bilheteria (depois que abater todas as despesas de produção) de uma curta temporada de 04 a 06 apresentações, e contar com os raros editais de apresentação com cachês fechados que surgem. Como se manter o ano inteiro com essas condições?

Alguns grupos de teatro que ainda continuam desenvolvendo seus trabalhos, são porque seus integrantes trabalham em outras áreas e doam seu tempo livre para continuar no exercício e na paixão de atuar, e manter as atividades do grupo, ou adaptam suas montagens para monólogos para reduzir custos de produção, ou vivem ainda recorrendo ao teatro infantil e o projeto escola, ou na montagem de comédias que é o que de certa forma consegue atender uma demanda de um público específico.

No audiovisual local, a realidade não é muito diferente, o investimento em equipamentos é muito alto. Para rodar um curta-metragem é preciso pensar na complexidade que demanda a logística, infraestrutura e operacionalização da produção de um set de filmagens. E depois de pronto ele vai ser exibido sem nenhuma perspectiva de geração de receita através de arrecadação de bilheteria, sua maior demanda será rodar nos festivais de cinema, com a pretensão de serem vistos e concorrer a prêmios simbólicos que reconheçam a qualidade artística e contribuição cinematográfica, além de manter o nome do Estado de Alagoas no radar da produção audiovisual nacional e apresentar e projetar a cadeia produtiva local para o mercado.

KL: Quais as expectativas/desejos/vontades que você tem em relação a sua profissão e aos campos de/para atuação em Alagoas nos/para os próximos anos? 

JC: Nesses 27 anos atuando na área artística aprendi a ter que administrar minhas expectativas frustradas sem perder o desejo de atuar e a vontade de seguir, vi e vivi ciclos e crises. Nasci ator de teatro quando a cidade não tinha teatros para se apresentar, e nem por isso o teatro deixou de acontecer, depois tivemos uma fase que os teatros estavam abertos mas os grupos não tinha acesso por conta dos valores das pautas, um tempo depois, vieram projetos de formação de plateia como: “O Teatro é o Maior Barato” que não cobrava a pauta do grupo selecionado, o projeto ainda pagava um cachê fixo mais um percentual da bilheteria para o grupo, ainda havia uma campanha publicitária de divulgação do projeto em todas as mídias, e o ingresso era no valor de R$ 1,99. O sucesso do projeto provou que era possível lotar o Teatro Deodoro com uma produção local, mas o tempo e as mudanças de governo foram enfraquecendo o projeto e hoje o projeto ainda funciona com apenas a concessão da pauta tornando-se inviável para a maioria dos grupos terem algum retorno financeiro, mas ainda é importante ter no portfólio e currículo dos grupos e artistas o registro da apresentação na principal e mais antiga casa de espetáculos da cidade.

Em 1997 tivemos a inauguração do SESC Centro e a inauguração do Teatro Jofre Soares, com um setor técnico voltado para uma política de fomento, capacitação, difusão, exibição e fruição das artes cênicas de Alagoas que permitiram o surgimento de novos grupos e cias no estado, mas atualmente também sofre com cortes de recursos para o desenvolvimento de suas ações.

Agora estamos em uma pandemia, isolados, desolados e temerosos, impedidos de trabalhar, mas foram nos momentos de maiores dificuldades que o artista fez do medo e da incerteza, o combustível para reagir, persistir e resistir!

Temos acompanhado um movimento no cenário político do país, que é bem preocupante e perigoso. O que estão fazendo com a cultura e sua cadeia produtiva, estão destruindo as poucas e duras conquistas que levaram décadas para serem construídas. A cultura está sendo tratada como inimiga da sociedade, como algo que é supérfluo e portanto desnecessário, a extinção do Ministério da Cultura, o corte de recursos no Sistema S, a extinção das Secretarias de Cultura em vários municípios, a nomeação de uma “artista” fascista na pasta do governo federal que está mais preocupada em louvar a ditadura do que lamentar a perda de artistas importantes do País, tudo isso somado a maior pandemia da história da humanidade, me deixam num estado de letargia para projeções de expectativas/vontades e desejos sobre a profissão como na minha vida, mas acreditando nos fluxos naturais das crises e ciclos que já vivi, tudo tem começo, meio e fim. Devemos nos agarrar na esperança de Aldir Blanc que disse em uma canção que: “A esperança equilibrista sabe que o show de todo artista tem que continuar.”
Sigamos atendendo o último desejo do ator Flavio Migliaccio, focando na educação de nossas crianças, nós somos responsáveis pelos adultos que elas se tornarão!
E seguirei desejando que a arte continue sendo a cura da humanidade!

Deixe a sua minibio aqui. 

Julien Costa

Ator, Diretor e produtor cultural iniciou suas atividades no teatro em 1993; Participou dos Grupos: Cena Livre, Infinito Enquanto Truque, Trajes Comédia & Cia e da Cia Teatro da Meia-noite; formou e dirigiu o 1º grupo de teatro da 3ª Idade do Nordeste, em Maceió/AL; foi Agente Cultural da Coordenadoria de Ação Cultural da Secretaria de Estado da Educação (CORAC), ministrando aulas de teatro; realizou oficinas e formou grupos teatrais amadores (através da Secretaria de Saúde do Estado de Alagoas) em diversas cidades do interior do Estado de Alagoas; ministrou oficina de Teatro Social para atores e profissionais da área em João Pessoa na Paraíba, a convite do SESC Paraíba; foi oficineiro (teatro) do Ponto de Cultura “C.E.I.A.” (Maceió, AL) e Coordenador do Ponto de Cultura “Marechal em Movimento” (Marechal Deodoro, AL). Foi Professor de Teatro e Coordenador de Ações culturais do Projeto Segundo tempo do Ministério dos esportes através do IDESH – Instituto do Desenvolvimento Humano. Acesse para acompanhar o trabalho de Julien.

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