Crítica: Besta Fera (dir. Wagno Godez)

Texto: Aermerson Barros. Arapiraca-AL. Revisão: Larissa Lisboa.

Sertão Truculento

O curta Besta Fera poderia perfeitamente ser ambientado nos dias atuais, nos traz a sensação de impotência diante das injustiças cometidas pelo autoritarismo e desmandos para com classes mais vulneráveis, um filho, vivido por Filipe Rios, inconformado com subjugação vivida por sua mãe, interpretada por Marcia Mariah, que traduz com perfeição a mulher sofrida do sertão. Ressalta o entrosamento dos dois atores alagoanos, Felipe e Marcia. Apesar da boa atuação, Eron Cordeiro como o cangaceiro não convence, pois parece que a direção não exigiu um preparo do personagem para trazer consigo as marcas que tornaram a vida no cangaço dura e impiedosa, deixou a sensação de faltou algo na construção do mesmo. A participação de Julien Costa foi rápida na justa medida traduzindo a força do poder financeiro e a truculência dos poderosos coronéis passando por cima dos desejos e sonhos dos mais fracos; o sertão truculento, a violência sofrida gera mais violência que parece não findar um curta que merece aplausos e ao mesmo tempo ressalvas para que o processo de produção amadureça.

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