Crítica: Coração sem freio (dir. Cris da Silva e Hallana Lamenha)

Texto: Roseane Monteiro. Revisão: Larissa Lisboa. 

A segunda noite da IX Mostra Sururu de Cinema Alagoano, nos apresentou vários temas e diversas narrativas; Coração sem freio (dir. Cris da Silva e Hallana Lamenha) foi o destaque da sessão, esteve presente nos burburinhos, nas conversas mais exaltadas, e virou bordão na boca do povo. O filme dirigido por Cris da Silva e Hallana Lamenha foi resultado de uma oficina realizada em uma escola municipal no Salvador Lyra. E ele não esconde este fato, porque a maioria das cenas foram realizadas no pátio da escola, usando os uniformes do dia-a-dia, os alunos são os protagonistas e escritores da história.

O filme dialoga com os adolescentes e os adultos, pois expõe as expectativas, sonhos e desejos de Débora (Ana Carolina Santos) na tela, seus sentimentos a flor da pele, sem freio e cheios de amor líquido, nos termos Baumanescos. Essa façanha foi realizada de maneira simples, mas é aquele simples que é difícil de fazer.

Coração Sem Freio usa muito bem a linguagem do cinema para mostrar os devaneios e desejos dessa personagem que representa tantas e tantos jovens. O elenco tem química e Débora é o carisma na tela, como por exemplo na cena em que ela dança valsa com o crush no pátio da escola. O filme tem inspirações nas comédias românticas norte americana, vide, Para todos os garotos que já amei (dir. Susan Johnson, 2018), a partir de onde amplia sua complexidade e profundidade.

O filme não tem um aparato técnico robusto, mas agrega muito em como fazer cinema com pouco. Precisava ter mais tempo de montagem para retirar o excesso de corridas com a câmera na mão, mas isto, de nenhuma forma prejudica a experiência do filme.

Coração Sem Freio é pop, poderia estar sendo exibido na sessão da tarde que geraria conversas, debates, autorreflexões e risos.

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