Crítica: Entre a rua e o palco

Texto: Roseane Monteiro. Revisão: Larissa Lisboa

O documentário realizado pelos estudantes do curso de jornalismo da UFAL mostra uma vontade de dar voz e imagens as mulheres transexuais de Alagoas. Ressaltando a importância de ter filmes que expõem narrativas LGBT para a sociedade alagoana, visto que o Brasil é o país que mais mata transexuais no mundo.

O desafio de Dayvson de Oliveira, José Esmerino, Maykson Douglas e Thalis Firmino foi conseguir paridade nos discursos e de tempo de tela para as duas protagonistas Natasha Wonderfull e Cyndi Belluci, pois elas são carismáticas e com histórias de vida que caberiam em mais filmes.

Natasha Wonderfull já foi retrata pelo documentário Wonderfull: meu eu em mim (dir. Dário Júnior). Mas em Entre a rua e o palco (2018) conhecemos outra Natasha, de maneira mais intimista, ela é uma mulher, negra, artista e ativista que sabe do seu papel, que busca melhores condições de vida e dignidade para as suas amigas e companheiras. Cyndi Belluci nos conta da sua experiência com a prostituição, das violências que sofreu e do ônus e o bônus da profissão.

O quesito da parte técnica é um ponto frágil do filme, principalmente os áudios de Cyndi que estão com interferências e em alguns momentos também houveram dificuldades na reprodução das falas de Natasha. Contudo, o filme cumpre o seu papel, insere estas mulheres como protagonistas das suas vidas, principalmente nesse momento sombrio e de discursos conservadores.

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