Crítica: O que os machos querem (dir. Ana Dinniz)

Por: Jean Marcelo. Revisão: Kátia Barros

O curto paraibano dirigido por Ana Dinniz, realizadora, diretora de arte e figurinista, e por uma equipe feminina através da lei de incentivo à cultura Aldir Blanc entre julho de 2020 e agosto de 2021, estreou em 2022 no teatro municipal durante o 16° Comunicurtas e nas plataformas internacionais de cinema. 

A obra aborda a temática da violência contra a mulher, sendo uma adaptação do conto homônimo de Ruth Ducaso, escritora do livro Florim (2020), que possui assinatura estética da escritora, baiana Luciany Aparecida, autora de Joanna Mina (2021).

O que os machos querem 

Com atmosfera tensa e repleto de simbologia através de signos apresentados, uma mulher adentra na cozinha, o misterioso prato a ser preparado e temperado pelo texto cadenciado por uma resposta, resposta ao feminicídio durante a pandemia.

Toda ação produz reação, no caso desse filme, mostra o empoderamento dos oprimidos e da protagonista que sem ter nome pode ser qualquer mulher. E que deleita-se na piscina após provar o doce e sarcástico gosto da vingança. 

A obra conta com texturas viscerais e cores quentes que pulsa nas mãos da protagonista, em suas roupas, um maiô às vezes rosa às vezes vermelho feito sangue. Tais texturas que trazem uma experiência visual antropofágica. Mas a antropofagia representada na obra é mental, são camadas a serem desfolhadas.

Be the first to comment

Leave a Reply

Seu e-mail não será divulgado


*