Crítica: Quatro Bilhões de Infinitos (dir. Marco Antonio Pereira)

Texto: Macio Amaral. Revisão: Chico Torres.

A profundidade de uma relação entre dois irmãos é traduzida com pureza e sensibilidade em Quatro Bilhões de Infinitos, uma narrativa apaixonante dirigida por Marco Antonio Pereira.

De início, o protagonismo é todo de um menino do interior, que pouco fala e vive uma vida simples, representada pelos tons secos e poucos sons em cena após cena. Essa realidade é construída para dar abertura à relação com a irmã, momento em que o filme evolui e ganha uma nova roupagem.

A cumplicidade entre os irmãos é notada em diálogos ingênuos e sinceros, acompanhados por uma direção de fotografia que conhece o poder do sorriso infantil. São recortes que fidelizam a narrativa e despertam no espectador a memória da infância – quando os pequenos ganhos são valorizados e o ato de sonhar não tem limites.

O menino representa a época em que a ingenuidade dita o tom das atitudes, em que ainda é permitido agir sem tanto medo das consequências. Isso não significa rebeldia, afinal o protagonista já conhece bem certas dificuldades da vida, mas sim uma ousadia dócil e sem más intenções, capaz de fazer com que ele confesse, à luz de velas, que furtou o “cinema” da escola para ter sempre consigo a magia que vem dali.

Ao lado dele, a sorridente Ana Luiza é essa parceira que o acompanha numa trajetória sensível de esperança. Espontaneidade, afeto e muito amor marcam essa relação tão envolvente que a dupla exala na tela. Eles sonham, partilham e permanecem juntos. Quatro Bilhões de Infinitos é um louvor ao amor fraternal e deixa um sabor doce na boca.

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