Durante debate curadores do Festival Alagoanes falam sobre processo de desenho do evento 

Texto: Emanuella Lima. Revisão: produtoras do Festival Alagoanes.

O Festival Alagoanes, deu início ao ciclo de debates do Festival com a ação responsável pelo seu desenho, a “Curadoria”. Uma das primeiras ações do Festival foi o debate com a equipe de curadoria do Alagoanes transmitido ao vivo através do canal do Youtube do Alagoar. Os curadores dividiram com o público um pouco do processo de curadoria. O debate também contou com a participação de Regina Barbosa, instrutora da oficina de curadoria do Festival.

A programação do Festival conta com o espaço para outros debates que acontecem de segunda a sábado às 19h30, no canal do Youtube do Alagoar com diversas temáticas buscando fortalecer o setor audiovisual em nosso Estado. Por ser um Festival não competitivo, o processo de curadoria foi pensando como um desenho de encontro de perspectivas, trazendo para o público uma diversidade de processos criativos, por essa razão os curadores pensaram o Festival em temáticas, ao todo são 13 temáticas e 24 sessões que compõem os trinta dias de Alagoanes. 

O primeiro debate foi mediado pela cineclubista Tatiana Magalhães e contou com a participação dos cinco curadores do Festival Alagoanes, Jéssica Conceição, Alexandrëa Constantino, Benjamin Vanderlei, Ziel Karapotó, Wanderlândia Melo e a instrutora do curso Regina Barbosa. 

Reunimos aqui trechos dos relatos dos curadores sobre suas experiências no processo de curadoria do Festival Alagoanes, tendo como fonte o debate e os relatos que foram coletados para este texto, começando por Benjamin Vanderlei: “Encontrar uma identidade, e em realidade acho que a gente percebendo o processo de curadoria, a gente percebeu uma multiplicidade, que na realidade se a gente fosse pensar uma identidade puramente alagoana, ela seria uma identidade muito diversa, porque o nível das produções, a forma em que as narrativas foram apresentadas, das diversas produções que a gente encontrou, a gente ficou muito feliz, justamente por não encontrar essas substâncias, com caráter universal, com caráter de ser alagoano é isso… a produção do cinema alagoano é só isso… não, pelo contrário, ela escoa, ela rasura, enfim, ela vai criando, formas de fazer cinema que deixaram a gente muito satisfeitos em compor esse processo de curadoria”, ressaltou o curador Benjamin Vanderlei. 

Alexandrëa Constantino, falou um pouco do ponto de vista afroindígena, LGBTQIA+, mulher e preto trazido no desenho do Festival, “A percepção de que, a gente ocupar esses espaços de decisão, de escolha, o quanto isso também afeta uma produção que é apresentada para as pessoas. Então, esses 94 filmes que as pessoas vão ter acesso, foram curados com muito carinho, com muito afeto e a gente trabalhou bastante através da oficina com a Regina. E essa preparação toda buscando apresentar uma Alagoas que está para além do que é dado,  essa Alagoas que também é  LGBTQIA+, que é preta, que é indígena e que é mulher também”, complementou Alexandrëa.

Jessica Conceição falou sobre como foi a vivência da curadoria para sua realidade: “Ter participado dessa curadoria foi incrível, uma das experiências mais incríveis que eu tive desde o início do meu envolvimento com audiovisual. A gente brincava nos nossos encontros, porque cada um traz suas histórias, visões de mundo, realidades totalmente diferentes que puderam se unir e trazer riqueza em multiplicidade cultural, olhares, sentimentos sobre suas produções alagoanas cinematográficas”, compartilhou Jéssica. 

Wanderlândia Melo compartilhou com o Alagoanes o processo intrínseco do Festival, “O processo de curadoria foi ver e viver Alagoas com recortes, estéticas, narrativas, tempos, saberes e cinemas diferentes e diversos como esse estado é. Estar em diálogo constante e intensivo com a curadoria foi bem importante, pois cada um trouxe suas vivências e cosmovisões para o processo de seleção”, aprofundou a atriz.

Em relação a formação de curadoria Ziel Karapotó, destacou a representatividade trazida pelo Festival, “Foi bem intenso, primeiro tivemos uma formação com Regina Barbosa, eu acho que o Festival vem com essa representatividade, não do que é Alagoas, não do que se vê, ele traz essas expressividades de fato, diversidade, tanto de ter relação com as questões culturais, com as questões de identidade de gênero, me sinto muito honrado por esse momento, por estar compondo”, finalizou Ziel. 

Ficou curiose? Acesse o canal do Youtube do Alagoar e veja tudo o que aconteceu no debate completo com os curadores 

O Festival Alagoanes conta com o apoio financeiro do Governo de Alagoas, através da Secretaria de Estado da Cultura, via Lei Aldir Blanc, direcionada pela Secretaria Especial da Cultura do Ministério do Turismo, Governo Federal.

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