Fonte: Sinny Assessoria e Comunicação (Informações adicionais: assessoria La Ursa Cinematográfica). Imagens: Divulgação.
Um rapaz com a habilidade de conversar com carros, e um carro com ideias totalitárias. Esses são apenas alguns dos elementos de CARRO REI, novo longa da diretora Renata Pinheiro (Amor, Plástico e Barulho), que acaba de ser selecionado para a competição oficial do Festival de Roterdã. O filme, protagonizado pelo jovem ator alagoano Luciano Pedro Jr (Avalanche), tem como tema uma mobilização popular que toma um caminho irracional e perigoso, combinando elementos fantásticos para abordar questões sociais e políticas do presente. Será distribuído comercialmente no Brasil pela Boulevard Filmes.
O elenco da produção também conta com a alagoana Ane Oliva, que recentemente venceu o prêmio de melhor atriz no Holidays 365 International Film Festival, na Califórnia, pelo seu desempenho no curta-metragem A Barca, de Nilton Resende.
Em CARRO REI Luciano interpreta Uno, que ganha esse nome em homenagem ao primeiro carro adquirido por seus pais, e no qual ele nasceu a caminho da maternidade. Uno, desde criança, fala com esse mesmo carro, e o considera como seu melhor amigo. Um acidente trágico separa os dois: Uno se torna um jovem ativista ambiental, enquanto o carro é despachado para o ferro-velho do seu tio Zé Macaco (Matheus Nachtergaele), um mecânico com ideias mirabolantes.
A diretora, que assina o roteiro com Sergio Oliveira e Leo Pyrata, define o longa como “um filme sobre luta de classes. O projeto surge da observação das cidades brasileiras e da constatação de um exagerado apego da população aos automóveis. Os carros particulares ocupam as ruas, as mentes e os planos dos governantes: são mais que veículos, são tratados com mais regalias que os transeuntes. Essa importância desproporcional dos automóveis na sociedade brasileira, pode ser fruto de uma falsa crença que o carro é um símbolo de ascensão social e prosperidade. CARRO REI é o resultado de uma investigação artística que busca construir uma relação interpessoal entre personagens inusitados, objetos inanimados e humanos, em ambientes que revelam essa complexidade. Nos meus filmes tento construir uma narrativa considerando que linguagem visual é tão importante quanto o diálogo. E neste contexto, os objetos também tem grande significância e são personagens vivos.”
O filme se passa em Caruaru, uma cidade média nordestina, onde a crise econômica está afetando a todos, especialmente a classe trabalhadora. A ideologia de extrema direita, carregada de falsas esperanças, está se espalhando com velocidade; e ela chega de carro.
No filme, a cineasta teve a oportunidade de retomar a parceria com Sergio Oliveira (Super Osquestra Arcoverdense de Ritmos Brasileiros), premiado diretor e roteirista com quem ela trabalhou desde seu primeiro curta (Superbarroco), e com quem co-dirigiu o longa Açúcar e os documentários Estradeiros e Praça Walt Disney. A fotografia é assinada pelo argentino Fernando Lockett, com quem trabalha desde seu primeiro longa (Amor, Plástico e Barulho). Para o elenco, Renata trouxe Matheus Nachtergaele (Zama, Cidade de Deus, Central do Brasil), que define como “um artista excepcionalmente versátil que conquistou uma reputação formidável no Brasil e no exterior”; Luciano Pedro Jr, jovem ator negro alagoano, que faz sua estreia em longa metragem; Clara Pinheiro (O Som ao Redor, A Noite Amarela) jovem atriz recifense que iniciou sua carreira no cinema aos 12 anos participando de filmes relevantes para a cinematografia brasileira; Jules Elting (O ornitólogo), um ator transgênero não binário, da Alemanha, de carreira sólida no teatro e há alguns anos emergente no cinema internacional de arte.
Com apenas 22 anos Luciano Pedro Jr iniciou nas artes cênicas estudando teatro e aos poucos foi entrando no universo do cinema. Começou atuando no curta-metragem alagoano Avalanche, de Leandro Alves, e em seguida foi realizando outros trabalhos em longas, como Serial Kelly, de René Guerra; Paterno, de Marcelo Lordello. E recentemente protagonizou o curta: É o Amor, de Alysson Souza.
“É uma obra que trará debates políticos urgentes, sobre como o mundo está configurado e vem avançando numa lógica perversa, e em contrapartida como podemos rebater a isso com soluções práticas e repensando nosso modo de vida. Foi uma grande experiência fazer um filme tão forte, lindo e potente com uma equipe incrível”, diz ele.
SINOPSE
Uno tem um dom fantástico: ele consegue se comunicar com carros. Quando uma nova lei proíbe a circulação de carros velhos, e coloca a empresa de táxi do seu pai em perigo, o rapaz busca orientação com seu melhor amigo de infância, um carro de inteligência extraordinária. Junto com seu tio, um mecânico inventivo, eles armam um plano para burlar a lei, transformando carros velhos em “novos”. O carro renasce e seu nome é Carro Rei – um carro que pode falar, pode ouvir, pode até se apaixonar. Um carro que tem planos para todos.
FICHA TÉCNICA
Direção: Renata Pinheiro
Produção: Sergio Oliveira
Produtora: Aroma Filmes
Produção Executiva: Carol Ferreira, Sergio Oliveira
Roteiro: Sergio Oliveira, Leo Pyrata, Renata Pinheiro
Direção de Fotografia: Fernando Lockett
Direção de Arte: Karen Araújo
Edição: Quentin Delaroche
Edição de Som: Guile Martins
Trilha Original: Dj Dolores
Diretor Assistente: Sergio Oliveira
Preparação de Elenco: Raissa Gregori
Casting: Marcelo Caetano
Elenco Principal: Matheus Nachtergaele, Luciano Pedro Jr, Jules Elting, Clara Pinheiro, Adélio Lima, Ane Oliva
Voz do Carro Rei: Tavinho Teixeira
Gênero: fantasia, drama
País: Brasil
Ano: 2021
Duração: 97 min.
Distribuição: Boulevard Filmes
Sobre Renata Pinheiro
RENATA PINHEIRO é cineasta e artista brasileira. Graduada em artes visuais pela UFPE, foi artista residente na John Moore University, Inglaterra; e estudou no INA (Institut Nacional de L’Audivisuel), França. Partindo da premissa da universalidade da linguagem visual, Renata tem como característica de suas obras a criação de narrativas emocionais elaboradas a partir de construções imagéticas ousadas e vigorosas.
Em 2020 lança o curta MANSÃO DO AMOR na Mostra de Tiradentes. O curta é premiado com melhor direção no Bangalore Film Festival, Índia 2020.
Em 2018, Renata, em codireção com Sergio Oliveira, estreou o longa AÇÚCAR no IFFR (Festival de Roterdã, Holanda). Recebeu prêmio de Melhor filme pelo júri da crítica no Festin Lisboa, Pt, 2018 (Festival de Cinema da Língua Portuguesa).
Seu primeiro longa, AMOR, PLÁSTICO E BARULHO (2013), estreou no Festival de Brasília recebendo três prêmios. O filme também foi exibido no IndieLisboa (Portugal) e ABRAFFTY Fest (Canadá), onde ganhou os prêmios de melhor filme, melhor diretor, melhor atriz e atriz coadjuvante.
PRAÇA WALT DISNEY recebeu prêmio de melhor filme no San Diego Film Fest, EUA, além de mais de 50 prêmios em festival do mundo.
SUPERBARROCO, seu primeiro curta, estreou no Festival de Cannes – Quinzena dos Realizadores, 2009, e recebeu mais de 45 prêmios ao longo da sua carreira. Seu último trabalho como diretora de arte foi para ZAMA, de Lucrecia Martel, pelo qual ganhou diversos prêmios como Fênix e Platino. Renata Pinheiro vive e trabalha em Recife, Brasil.
Sobre a Boulevard Filmes
A Boulevard Filmes é uma produtora e distribuidora audiovisual que busca o equilíbrio entre projetos autorais e demandas de mercado, focando em estratégias de produção e de distribuição compatíveis com cada projeto. Entre seus lançamentos comerciais estão os longas Amor, Plástico e Barulho (Renata Pinheiro), Histórias que nosso cinema (não) contava (Fernanda Pessoa) , Legalidade (Zeca Brito), Açúcar (Sergio Oliveira, Renata Pinheiro) e Sol Alegria (Tavinho Teixeira) este último com previsão de lançamento para o segundo semestre de 2021.
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