Crítica: Habito (dir. Fernando Santos)

Texto: Matheus Chagas. Revisão: Tati Magalhães

Habito: um filme em trânsito

Em meio a cenas de uma cidade pintada em tons terrosos, somos introduzidos à história de Fernando, sua mãe e seus sonhos.

Habito é um filme que utiliza muito o som para criar uma sensação de proximidade, seja o som da TV, ou de dentro do ônibus, ou a percussão que acompanha os passos do cineasta de sua cidade natal até a cidade em que estuda.
É um filme que está sempre em trânsito, em mobilidade, gosto de como os ambientes são sempre mostrados em tons amarelos, como se estivéssemos sempre presenciando um entardecer.

As imagens do cotidiano são mostradas sempre de dentro de algum meio de transporte, com a visão que temos de dentro do ônibus para fora, com as plantações passando rapidamente, a ponte, os quartos da residência universitária.

Fernando consegue contar sua história e a importância do cinema em sua vida e na de sua mãe, seja pelas cenas em que ela assiste a filmes sozinha no sofá da sala, ou na cena em que ambos assistem a um informativo na TV sobre os cuidados necessários com a epidemia da COVID-19.

“Eu descobri que existia cinema brasileiro e aí descobri que existia um cinema alagoano”. O filme parece uma carta a ele mesmo e a todos os filmes que ele começou e não terminou, um ponto de chegada que representa o início de outras coisas que estão por vir. Habito está sempre em mobilidade entre o lugar que se precisa ir para conquistar os seus sonhos e a saudade de casa, que faz com que Fernando sempre retorne.

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